Pesquisa

Presença de um militar na presidência da República é vista como negativa por 36%

Em um eventual impeachment, apenas 25% acreditam que seria positiva a posse de um militar como presidente

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O presidente da República Jair Bolsonaro e o vice Hamilton Mourão / Crédito: Marcos Corrêa/PR

Pouco mais de um terço da população — exatamente 36% — acredita ser negativo ou muito negativo ter um militar, como o vice General Hamilton Mourão (PRTB), na presidência da República depois de um eventual impeachment, segundo aponta a pesquisa do JOTA feita em parceria com a Quaest. O mesmo levantamento mostrou que metade dos brasileiros apoia o impedimento do atual presidente. Os dados foram coletados entre os dias 25 e 26 de abril. 

Os entrevistados responderam a seguinte questão: “em um eventual impeachment, quem assumiria a presidência é o vice General Mourão. Na sua opinião, a presença de um militar como presidente do Brasil seria algo positivo, regular ou negativo?”

Diante disso, 12% dos brasileiros responderam que acreditam ser muito positivo, 13% consideram positivo, 28% acreditam ser regular, 18% consideraram negativo e 18% acham muito negativo. Os 11% restantes não responderam ou não souberam responder. 

Pessoas mais velhas demonstram um apoio proporcionalmente maior a um militar no poder do que os mais jovens. Apenas 19% dos jovens de 16 a 24 anos acreditam ser positiva a posse de um militar na presidência do País. O número sobe para 27% entre aqueles que têm 35 a 44 anos e dispara a 50% entre os que têm 60 anos ou mais. 

A maioria daqueles que enxergam como positivo o exercício da presidência da República por um militar se autodefine como de direita. De acordo com o posicionamento político dos entrevistados, apenas 10% das pessoas que se consideram de esquerda responderam como “positivo” à questão sobre a posse de um general da reserva na presidência. O número sobe para 18% entre aqueles que são de centro e chega a 42% entre os de direita. 

Metodologia

A pesquisa foi realizada com mil entrevistados de 26 Estados e Distrito Federal, entre os dias 25 e 26 de abril, através de questionários online. Contém uma margem de erro de 3,1 pontos percentuais em um intervalo de confiança de 95%. 

O JOTA/Quaest mostra que 49% dos entrevistados afirmaram ter sentimento negativo em relação a Bolsonaro, e que 42% tem uma visão negativa em relação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Também mostra que metade dos brasileiros é a favor do impeachment do presidente Jair Bolsonaro.

De acordo com a pesquisa, após a polêmica entre Jair Bolsonaro e Sérgio Moro a maior parte da população acredita mais na versão do ex ministro da Justiça do que na do presidente.

Os dados levantados pela pesquisa também indicaram que metade dos entrevistados avaliam o desempenho de Bolsonaro na crise como ruim ou péssimo e a avaliação negativa de Bolsonaro subiu 8 pontos desde março e agora chega a 48%.