Apesar de o governo ter tido vitórias relevantes no Congresso Nacional ao longo do ano no que diz respeito à pauta econômica, a base do governo segue apertada e fragmentada. Essa é a avaliação do presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Em café com jornalistas, ele citou placares apertados, como o da aprovação da indicação do ministro Flávio Dino ao Supremo Tribunal Federal (STF), e ressaltou que a força da oposição no Senado Federal continuará a ser um desafio a ser enfrentado pelo Executivo.
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Pautas como o fim da reeleição, o mandato para ministros do STF e a PEC que prevê a criminalização do porte de drogas devem avançar, na sua visão, a despeito da opinião do governo sobre esses temas.
Para além dos desafios políticos, está contratada uma discussão com o Executivo quanto ao Orçamento. Ele defende a preservação da impositividade das emendas parlamentares, mas admite distorções por parte do Congresso, e defende a criação de um mecanismo que vincule a indicação de emendas a obras de infraestrutura que sejam prioridades nacionais. Segundo Pacheco, será necessária uma reflexão profunda por parte dos dois poderes, Executivo e Legislativo, quanto à qualidade dos gastos públicos. A ideia de Pacheco é liderar o debate sobre uma maior fiscalização e a criação de regras mais claras para indicação das emendas.
Sobre as rusgas nas relações com o Supremo Tribunal Federal (STF), a indicação é que o clima de enfrentamento se manterá. Pacheco afirmou que há ainda, por parte dos senadores, uma disposição para limitar o questionamento de constitucionalidade de matérias aprovadas pelo Congresso no STF, e que esse tema pode avançar no próximo ano. Para tanto, ele defende uma limitação ao acesso ao STF. Em vez de um partido alegar inconstitucionalidade de uma matéria e acionar a Suprema Corte, por exemplo, a ideia é criar um critério de representação, com uma regra de que só será possível recorrer à Corte, em caso de apoio de 20% ou 30% da Câmara.
O clima com a Câmara dos Deputados também deve seguir o mesmo. Sobre a relação com o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), Pacheco ressaltou a distância que existe entre os dois, e apontou que isso deve se manter assim, “pelo bem da independência das duas Casas”. Em um ano marcado por conflitos sobre ritos de tramitação e quedas de braço frequentes sobre o protagonismo de cada Casa, a tendência é de manutenção dessa dinâmica.
Sobre a disputa ao governo de Minas Gerais, Pacheco evitou se colocar como candidato, mas ressaltou conversas frequentes com o presidente Lula (PT) a respeito do cenário político do estado. Também ressaltou sua atuação para resolver o problema da dívida de Minas, que classificou como o maior problema local.
Por fim, sobre eleição à presidência do Senado, Pacheco declarou: Davi Alcolumbre (União-AP) está em seu coração.