
Vítimas de violência sexual passaram a fazer parte, desde o início de agosto, do grupo prioritário para vacinação contra o HPV, vírus associado ao câncer de colo de útero. A vacina será ofertada e incluída no protocolo de atendimento dos pontos de atenção à saúde do SUS que prestam assistência às vítimas de violência sexual.
O papilomavírus humano (HPV) é a infecção sexualmente transmissível mais comum no mundo e está associado a 80% dos casos de câncer do colo do útero e a mais da metade dos casos de câncer na vulva, pênis, ânus e orofaringe. Além disso, 90% das verrugas genitais são provocadas pelo HPV. A vacina HVP quadrivalente, disponibilizada pelo SUS, previne contra as principais complicações.
Anteriormente, a vacina era aplicada em crianças de 9 a 14 anos e em pessoas de 9 a 45 anos portadoras de HIV; em pessoas com órgãos sólidos ou medula óssea transplantados; pacientes oncológicos, imunossuprimidos por doenças e/ou tratamento com drogas imunossupressoras.
A Nota Técnica nº 63, que incluiu vítimas de violência sexual no grupo prioritário, foi assinada de forma conjunta pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Meio Ambiente (SVSA), Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS) e a Secretaria da Saúde Indígena (SESAI). O protocolo de atendimento às vítimas de violência sexual já incluía a imunização contra Hepatite B, Difteria e Tétano (dT).
No estado de São Paulo, 30% das vítimas de violência sexual atendidas nos serviços especializados desenvolveram lesões por HPV. O Ministério da Saúde também afirmou, em nota, que irá destinar R$180 milhões por ano para garantir a qualificação de equipes de saúde voltadas ao atendimento de mulheres, crianças e adolescentes vítimas de violência.