Humberto Vale
Pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada nesta sexta-feira (6/10), mostra que apenas 6% das empresas consultadas possuem rede 5G instalada na empresa, mas que 6 em cada 10 dos executivos que lideram a área de tecnologia reconhecem a importância da implantação da ferramenta em suas empresas.
Segundo a pesquisa, 53% dos executivos entrevistados afirmaram conhecer a tecnologia, enquanto 41% afirmou ter pouco conhecimento. Atualmente, os tipos de rede mais utilizados são o Wi-Fi industrial, adotado por 50% das empresas, seguido pelo 4G (LTE), que corresponde por 35%.
Em julho deste ano, o 5G completou um ano de ativação no país, e o seu uso tem crescido em compasso maior que o antecessor. Mais de 10,1 milhões de pessoas já utilizam o serviço no país — marca que o 4G alcançou só após 26 meses de mercado.
Entre os profissionais entrevistados, a maioria (54%) afirmou que a implementação da tecnologia ainda não foi debatida internamente, enquanto 28% iniciaram as discussões, mas não estabeleceram um plano formal de implementação. Outros 9% afirmaram ter um plano formal, 2% já executam esse plano e 7% ainda não iniciaram.
Os executivos das empresas que ainda não fazem o uso do 5G informaram à pesquisa as suas percepções sobre a celeridade dos investimentos na área. Na visão de 61%, as empresas devem investir na implementação a partir dos próximos 12 meses. Outros 14% acreditam que a sua empresa não investirá na tecnologia, enquanto 13% enxergam investimento na tecnologia entre seis a 12 meses.
De acordo com os entrevistados, as principais barreiras internas para a adesão ao 5G são o alto custo para implementação (43%), falta de estrutura interna (30%), falta de clareza sobre o retorno do investimento (28%) e falta de entendimento sobre os benefícios e vantagens da tecnologia na indústria.
Quanto às barreiras externas, 64% executivos afirmaram que a inexistência de infraestrutura adequada em suas regiões impactaram na adesão ao serviço. O alto custo de soluções para redes 5G privativas foi apontado como entrave por 31%, enquanto 30% indicaram o suporte falho das operadoras de telecomunicações como empecilho.
Segundo o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, a tecnologia 5G tem papel central no desempenho industrial do país, especialmente no contexto de digitalização da produção — a Indústria 4.0. “Mais agilidade e eficiência nos sistemas de comunicação são traduzidas em ganhos de produtividade e em mais competitividade para a nossa economia. A expansão da infraestrutura digital é um alicerce para alavancar o desenvolvimento tecnológico do Brasil e a retomada da indústria”, afirma Andrade.
A pesquisa foi encomendada pela CNI ao Instituto de Pesquisa em Reputação e Imagem (IPRI), antigo Instituto FSB Pesquisa. Foram entrevistados 1.002 executivos de tecnologia de empresas industriais de pequeno, médio e grande portes, entre 8 e 20 de março de 2023. A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais.
