Pela primeira vez desde a redemocratização, em 1985, o Partido dos Trabalhadores (PT) não será responsável pela administração de nenhuma capital do país.
A legenda tinha grande expectativa com o resultado do pleito no Recife, Pernambuco, onde Marília Arraes disputou com o primo João Campos (PSB). O filho do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos venceu com 56,27% dos votos válidos contra 43,73% de Arraes.
Além do Recife, o PT também não conseguiu emplacar João Coser na prefeitura de Vitória, no Espírito Santo. Ele foi derrotado pelo deputado estadual Lorenzo Pazolini (Republicanos), que seguirá para seu segundo mandato na capital capixaba, com 58,5% dos votos válidos.
Neste segundo turno, o PT venceu somente em quatro municípios:
Margarida Salomão foi eleita em Juiz Fora (MG), com 54,98% dos votos válidos;
Filippi foi eleito em Diadema (SP), com 51,35% dos votos válidos;
Marcelo Oliveira foi eleito em Mauá (SP), com 50,74% dos votos válidos;
Marília foi eleita em Contagem (MG), com 51,35% dos votos válidos.
Em contrapartida, a legenda teve derrotas em Guarulhos (SP), São Gonçalo (RJ), Cariacica (ES), Uberaba (MG), Zé Neto (BA), Vitória da Conquista (BA), Caxias do Sul (RS) e Pelotas (RS).
Em 2016, o PT havia conseguido vencer a disputa eleitoral em Rio Branco, no Acre. Em 2012, a sigla de esquerda conquistou nas urnas quatro capitais (São Paulo, Goiânia, João Pessoa e Rio Branco).
Além do PT
Além do resultado no Recife, candidaturas de esquerda com chances de eleição não conseguiram os votos necessários para assumir grandes colégios eleitorais.
Em Porto Alegre, o candidato Sebastião Melo (MDB) derrotou Manuela D’Ávila (PCdoB). A candidatura da comunista era vista como uma das possíveis surpresas destas eleições. Com 45,36% dos votos válidos, o PC do B não conseguiu assumir a prefeitura da capital gaúcha. O candidato Sebastião Melo (MDB) foi vitorioso com 54,64%.
Em São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL) também não conseguiu bater o tucano Bruno Covas (PSDB), que garantiu a reeleição neste domingo (29/11).
Em contrapartida, a esquerda foi bem sucedida neste segundo turno em Belém, no Pará. Lá, o candidato Edmilson Rodrigues (PSOL) garantiu a vitória sobre o Delegado Federal Eguchi (Patriotas), apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro. por 51,76% a 48,24% dos votos válidos.
GPS Eleitoral
O JOTA realiza, neste domingo (29/11), a partir das 18h, o oitavo e último webinar da série “GPS Eleitoral”, especial de cobertura das eleições 2020. A proposta da série é conectar as campanhas municipais com temas de alcance nacional que impactam a previsibilidade do cenário político rumo a 2022.
O último webinar discutirá o cenário-pós-eleitoral e debaterá os resultados da boca-de-urna nas principais capitais do país em que há segundo-turno. O analista-chefe do JOTA em São Paulo, Fábio Zambeli, receberá como convidados:
- Eduardo Leite (PSDB-RS), governador do Rio Grande do Sul
- Baleia Rossi (MDB-SP), presidente nacional do MDB e autor da PEC da reforma tributária
- Alessandro Molon (PSB-RJ), deputado federal
- Gilberto Perre, secretário-executivo da Frente Nacional de Prefeitos (FNP)
- Lara Mesquita, cientista política e pesquisadora do Centro de Política e Economia do Setor Público (Cepesp) da FGV
- Indiara Barbosa, vereadora eleita de Curitiba (Novo-PR)
Veja como foram os webinars da série “GPS Eleitoral” realizados:
Apuração e discussão sobre 2º turno nas principais capitais
Análise das últimas pesquisas das disputas municipais
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Márcia Cavallari: espaço para a antipolítica é menor nestas eleições
Inscreva-se para os webinars e séries especiais:
– Casa JOTA Online + Especial Eleições 2020
– Eventos em parceria com o Insper
Veja as séries que a Casa JOTA já promoveu:
– STF de Celso de Mello: Perfil, decisões e legado
– A transformação digital no Brasil