conteúdo patrocinado

Indústria brasileira assume liderança de fórum de negócios do G20

Em 2024, CNI ocupará a presidência do B20, frente global que conecta a comunidade empresarial aos governos do G20

Foto: Paul Kagame/ Flickr CC BY-NC-ND 2.0

Em dezembro, o Brasil assumiu, pela primeira vez, a presidência do G20, grupo que reúne as 19 maiores economias do planeta, mais a União Europeia e a União Africana e países convidados. Além disso, o país obteve outra posição estratégica no grupo: a Confederação Nacional da Indústria (CNI) ocupa, em 2024, a liderança do fórum Business 20, ou B20, composto por representantes empresariais dos países membros e países convidados.

Como um espelho do funcionamento do G20, o B20 tem a presidência rotativa e a CNI, assumindo a liderança, exerce um papel estratégico na construção de recomendações de políticas e prioridades que influenciarão o G20 na agenda de interesse do setor. O lançamento oficial do B20 Brasil será no dia 29 de janeiro, no Rio de Janeiro, e deve reunir mais de 20 grandes CEOs e outros representantes de governos e entidades empresariais.

Ricardo Alban, presidente da CNI e agora também presidente do Conselho Consultivo do B20 Brasil, destaca a importância da liderança brasileira do grupo empresarial. “O B20 Brasil é um fórum no qual iremos nos engajar, concentrando esforços em áreas como inclusão social, combate à fome, transição energética e desenvolvimento sustentável”, diz.

A CNI já atuava como representante do setor privado brasileiro no B20 e esta é a primeira vez em que assume um papel de liderança. “Alinhamos o processo com as prioridades do G20 e estamos preparados para representar assertivamente os interesses da comunidade empresarial global”, aponta Alban. 

Retomada industrial e crescimento consciente

Em 2024, o B20 tem como tema “crescimento inclusivo para o futuro sustentável”. Constanza Negri, gerente de Comércio e Integração Internacional da CNI, que coordena os trabalhos do secretariado do B20, fala sobre como este será o principal guia para o que devem discutir no fórum. 

“O tema, na nossa visão, se desdobra em alguns pilares centrais. Mantivemos forças-tarefas que sempre estiveram no centro dessas discussões, iniciados por outras presidências, como comércio e investimento, educação e emprego, transição energética e clima, transformação digital, finanças e infraestrutura e integridade e compliance”, explica.

“E então criamos dois grupos a mais para refletir também o que são prioridades da agenda do Brasil e do momento, um sobre agricultura e sistemas alimentares sustentáveis, e outro sobre mulheres, diversidade e inclusão nos negócios”, completa Negri. 

Ela reitera os principais pilares da agenda do B20: promover o crescimento inclusivo e combate à fome, pobreza e desigualdade; promover uma transição justa para zerar as emissões líquidas de gases de efeito estufa; aumentar a produtividade por meio de inovação; promover a resiliência das cadeias globais de valor e valorizar o capital humano. 

“Existe uma grande necessidade de se repensar a forma de atingir o crescimento econômico, de uma maneira mais inclusiva e com novas bases do ponto de vista climático. A grande questão que nós temos em perspectiva como indústria ao longo desse processo é alavancar propostas de agenda pública-privada em questões que são fundamentais para o crescimento do Brasil, e que são também de dimensão global”, comenta. 

“As expectativas são altas para que o B20 Brasil desenvolva recomendações inovadoras e que gerem impacto. Esperamos que essas discussões fomentem a cooperação internacional no enfrentamento dos principais desafios globais, contribuindo para um crescimento global sustentável e inclusivo”, adiciona Dan Ioschpe, presidente do Conselho de Administração da Ioschpe-Maxionchair e Chair do B20 Brasil. 

No G20, o B20 é uma das trilhas mais influentes ao reunir lideranças dos países sob a perspectiva do capital privado. A gestão é organizada em oito forças-tarefas. Cada frente será liderada por um CEO experiente na área de atuação.

“A questão do clima deve estar presente em todas elas. Isso deve aparecer nas finanças climáticas e como criar infraestruturas nos países capazes de viabilizar a resiliência às mudanças climáticas”, afirma Luciana Ribeiro, fundadora da EB Capital, que irá liderar a força-tarefa de finanças e infraestrutura no B20.

Ainda em relação à pauta ambiental, ela pontua a necessidade de colaboração entre os setores público e privado. “O capital público sozinho não será suficiente para transformação necessária. É preciso ter uma integração de toda sociedade civil e, sobretudo, do capital privado. Esse diálogo precisa acontecer para que se entenda quais são as prioridades. Teremos um espaço importante para esse debate”, avalia Ribeiro. 

Expectativas e a contribuição brasileira 

Assumir a liderança do B20 ao mesmo tempo que o governo brasileiro está à frente do G20 traz responsabilidades e oportunidades únicas. Para Negri, a tempestividade é uma das principais contribuições que o grupo poderá ter neste novo ano. 

Considerando o longo processo de trabalho, o diálogo constante entre os setores público e privado, desde o início de qualquer proposta, será fundamental para que os governos possam escutar as prioridades da indústria e ter tempo de incluir partes dessas recomendações nos trabalhos do G20.

“Um aspecto para o qual queremos chamar a atenção é o dos exemplos vivos. Buscar projetos em diferentes áreas das forças tarefas que façam uma interligação entre a questão de transição energética, transformação digital e crescimento econômico inclusivo. Casos concretos de projetos do setor empresarial brasileiro para que eles possam fazer parte de um legado a serem replicados para outros países”, diz.

A executiva afirma ainda que, para a indústria, esta é uma grande oportunidade para construir e avançar o Brasil em políticas públicas e privadas que visem o crescimento econômico inclusivo, considerando também a situação de destaque que o país tem na agenda de sustentabilidade e clima.