A confirmação do primeiro caso da varíola dos macacos no Brasil, na quarta-feira (8/6), em São Paulo, fez a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgar uma nota técnica com medidas de prevenção e controle a serem adotadas daqui em diante. Veja as recomendações na íntegra.
O documento reúne medidas preventivas e de controle de infecção em hospitais, clínicas e demais serviços de saúde. No texto, a agência ressalta a importância dos serviços de saúde elaborarem planos de contingência baseados nas orientações da Sala de Situação criada pelo Ministério da Saúde.
Entre as medidas estão o distanciamento de leitos de pacientes com suspeitas, o isolamento em locais bem ventilados, o uso de EPIs adequados e a suspensão de visitas.
A Anvisa informou que não há pedidos de vacina ou medicamentos contra a varíola dos macacos no país. A iniciativa deve partir dos laboratórios farmacêuticos.
Entenda o que é a varíola dos macacos
A varíola dos macacos, também conhecida como Monkeypox, é uma zoonose viral (vírus transmitido aos seres humanos a partir de animais) com sintomas semelhantes aos observados no passado em pacientes com varíola, porém com menor gravidade.
O nome é em razão de o vírus ter sido descoberto em 1958, em dois surtos em colônias de macacos mantidos para pesquisa. O primeiro caso humano da doença foi registrado em 1970, na República Democrática do Congo. Desde então, a Monkeypox foi relatada em humanos em outros países da África Central e Ocidental.
No Brasil, o primeiro caso registrado, na quarta-feira, foi em um homem de 41 anos que viajou à Espanha, o segundo país com mais casos identificados até agora. O paciente está em isolamento no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, na capital paulista, e passa bem.
No fim de maio, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) criou uma comissão de caráter consultivo para acompanhar os casos de varíola do macaco e os estudos científicos sobre o vírus monkeypox, causador da doença. A Câmara Técnica Temporária de pesquisa é denominada CâmaraPox MCTI.
Como a varíola do macaco é transmitida ?
A varíola do macaco pode ser transmitida pelo contato com fluidos corporais, secreções respiratórias, lesões na pele ou mucosas de pessoas infectadas. Há também o risco de contaminação pela utilização de materiais contaminados, como toalhas, roupas de cama e utensílios domésticos.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o contato com animais vivos e mortos por meio da caça e do consumo de carne de caça também são fatores de risco.
Quais os sintomas da doença?
Os sintomas apresentados por pessoas infectadas são febre, dor de cabeça, dores nas costas ou musculares, inflamações nos nódulos linfáticos, erupções cutâneas e lesões, que começam no rosto e se espalham pelo corpo, atingindo principalmente as mãos e os pés. O período de incubação do vírus pode variar de cinco a 13 dias e, segundo a OMS, os sintomas duram de 14 a 21 dias.
Tratamento
Não há tratamento específico ou vacina para a varíola do macaco, mas a OMS afirma que a vacina para a varíola humana mostrou ser 85% eficaz para prevenir casos da doença. Recentemente, Estados Unidos, Alemanha e França anunciaram que irão implementar planos de vacinação como precaução.
Varíola do macaco mata?
Segundo informe técnico da comissão do governo brasileiro, a taxa de letalidade da doença varia entre 0 e 11% na população em geral, mas pode ser maior entre crianças pequenas e recém-nascidos.