
O nome do próximo ministro do Trabalho foi confirmado: Luiz Marinho aceitou o convite para voltar à posição no próximo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele esteve à frente do Ministério ainda no primeiro governo de Lula, entre 2005 e 2007, quando então migrou para a Previdência. As maiores polêmicas envolvendo Marinho remetem ao período em que foi prefeito de São Bernardo do Campo (SP).
O PT ouviu apelos para emplacar um nome ligado ao movimento sindicalista para o Ministério do Trabalho. Marinho foi presidente do sindicato dos metalúrgicos da região do ABC na década de 1990 e início dos anos 2000. A mais celebrada vitória como dirigente se deu em 1998, quando conduziu as negociações que permitiram a reversão de mais de 10 mil demissões em montadoras. Foi nesse mesmo sindicato que Lula se envolveu com a luta sindical, mas na década de 1970.
Antes de assumir o Ministério do Trabalho no primeiro mandato de Lula, Marinho era presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e não havia ocupado cargos eletivos.
Em abril de 2006, quando ainda não havia completado um ano na pasta, foi anunciado um aumento real de 13% no salário mínimo, que passou a R$ 350; no ano seguinte, o ajuste foi de 5,1%, chegando a R$ 380. A elevação em dois dígitos, descontada a inflação, foi a maior apresentada desde então.
Presidente do diretório estadual do PT em São Paulo, ele foi prefeito de São Bernardo do Campo entre 2007 e 2016. Em 2018, concorreu ao governo de São Paulo, mas acabou em quarto lugar. Nas eleições municipais de 2020, tentou retornar à prefeitura, mas acabou derrotado ainda no primeiro turno pelo candidato à reeleição Orlando Morando (PSDB). Nas pesquisas eleitorais da véspera, Marinho aparecia como o candidato mais rejeitado.
No início deste mês, o JOTA mostrou que Marinho foi condenado por nepotismo cruzado na época em que foi prefeito pela 8ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). Ele foi condenado junto o também petista Carlos Grana, ex-prefeito de Santo André. Com uma diferença de quatro meses, a filha de Grana e a cunhada de Marinho foram contratadas para cargos as prefeituras dos municípios.
Os ex-prefeitos e as envolvidas foram condenados a pagar uma multa equivalente a seis vezes a última remuneração, e estão impedidos de contratar com o poder público ou receber benefícios ou incentivos fiscais, pelo prazo de 12 meses. Cabe recurso da decisão de segunda instância.