
Márcio França (PSB) foi indicado pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o Ministério de Portos e Aeroportos – pasta originada da cisão da Infraestrutura, que deve dar lugar ainda a outro ministério focado em transporte e rodovias. Inicialmente, ele tinha a intenção de ficar com a pasta de Cidades.
França foi governador de São Paulo quando Geraldo Alckmin (PSB) deixou o posto para concorrer à Presidência nas eleições de 2018. Ao tentar se eleger para continuar no Palácio dos Bandeirantes, foi derrotado no segundo turno por João Doria (PSDB).
Nas eleições deste ano, havia sido o candidato de Lula para o Senado em São Paulo. Ao longo da campanha, as pesquisas de intenção de voto, ainda com alto nível de indecisos, indicavam a liderança dele. Na votação, ele acabou perdendo a vaga para Marcos Pontes (PL), apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).
Como governador de São Paulo, enfrentou uma paralisação de caminhoneiros em rodovias que gerou uma crise de desabastecimento em grande parte do país, em maio de 2018. Ele agiu antes do governo federal e firmou acordo com um grupo de lideranças dos protestos da categoria. Isso contribuiu para o fim das manifestações, o que foi frequentemente citado por ele como uma vitória durante sua campanha ao governo estadual.
Em relação à posição que terá no governo, França já adiantou que o porto de Santos (SP) não será mais concedido à iniciativa privada, conforme planejava o governo Bolsonaro. O Tribunal de Contas da União já havia recebido uma minuta do edital de concessão que previa a privatização da estatal Santos Port Authority.
Ele explicou que a autoridade portuária continuará a ser estatal, mas que poderão ser feitas concessões de terminais do porto. “Nós não temos problemas de ter concessões privadas, mas precisamos ter alguns controles. Hoje, há, por exemplo, algumas concessões que foram feitas e que as outorgas não foram pagas. Temos de rever isso”, disse em fala a jornalistas após a nomeação.
Além disso, concessões de aeroportos programadas para 2022, como de Santos Dumont e Galeão, no Rio de Janeiro, serão reavaliados, mas ele não disse que haverá reestatização ou cancelamento dos planos atuais.
Antes de ser vice-governador em São Paulo, França havia sido secretário de Esporte, Lazer e Turismo de Alckmin, entre 2011 e 2015, e de Desenvolvimento, de 2015 a 2018. Também foi deputado federal entre 2006 e 2011.
Ele é filiado ao PSB desde a década de 1980. Em um dos seus primeiros cargos eletivos, foi prefeito de São Vicente por dois mandatos, a partir de 1996.