O ministro da Economia, Paulo Guedes, demitiu o secretário especial de Fazenda do Ministério, Waldery Rodrigues. O atual secretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal, deve assumir o posto.
No Tesouro, assumirá Jeferson Bittencourt, atual assessor especial de Guedes, ex-adjunto de Waldery na Fazenda e funcionário de carreira do Ministério da Economia. Oficialmente, o Ministério ainda não se pronunciou sobre a troca de cadeiras na pasta.

Técnicos do Ministério da Economia relataram que houve um desgaste de Waldery Rodrigues com a classe política no processo de sanção da LOA, que só foi resolvido na semana passada.
O Orçamento deste ano foi aprovado pelo Congresso com subestimativa e cortes em despesas obrigatórias. Waldery e os demais técnicos da secretaria especial de Fazenda defenderam rigor no veto para cumprimento das regras fiscais.
A última aparição pública de Waldery Rodrigues foi na última sexta-feira, quando o secretário concedeu uma entrevista coletiva, ao lado de outros técnicos do ME e da Casa Civil, para explicar os vetos do Executivo ao Orçamento aprovado pelo Congresso.
O desgaste do técnico, porém, não é de hoje. O próprio presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ameaçou dar um "cartão vermelho" ao secretário Waldery Rodrigues no ano passado, quando ele defendeu cortar alguns benefícios sociais para a elaboração de um programa de assistência mais robusto aos mais pobres.
Durante os estudos de formulação do programa Renda Brasil/Cidadã, que substituiria o Bolsa Família, Waldery havia informado, em entrevista ao G1, sobre estudos do governo sobre desvinculação de benefícios previdenciários e pensões do salário mínimo. Essa entrevista irritou o presidente.
Vanessa Canado pede demissão
A advogada Vanessa Canado, assessora especial do ministro Paulo Guedes para assuntos referentes à reforma tributária, confirmou ao JOTA que também está deixando o Ministério da Economia.
Segundo a agenda pública de Guedes, a última reunião com a advogada foi em 30 de março deste ano.
Questionada, a tributarista afirmou que sua demissão não tem relação com o fato de a reforma tributária não estar caminhando como era aguardado tanto pelo governo quanto por agentes econômicos.