Felipe Recondo
Sócio e Diretor de Conteúdo
O Judiciário brasileiro é composto majoritariamente por homens. E em todos os ramos da Justiça: do Trabalho, estadual, eleitoral, federal. O censo do Poder Judiciário mostra que 64,1% dos magistrados brasileiros são homens. Apenas 35,9% são de juízas.
Em alguns estados, o desequilíbrio é gritante. Na Justiça estadual em Alagoas, 82,1% são juízes e 17,9% são de magistradas. O Tribunal regional Federal da 1a Região também registra essa desproporção: são 80,8% de homens e 19,2% de mulheres. Em Mato Grosso do Sul e no Piauí, em números arredondados, de cada 100 juízes, apenas 24 são mulheres
Mas há um tribunal onde o cenário se inverte. No Amazonas, as mulheres são maioria. Do total de juízes, 64,3% são de mulheres. Mas isso não livra as mulheres de certa preterição ou de constrangimentos.
Nas entrevistas feitas com as magistradas, o Censo identificou que 35% delas afirmaram já terem vivenciado reações negativas de outros profissionais do sistema de justiça por serem elas juízas. E 18,4% delas dizem enfrentar mais dificuldades no processo de remoção ou promoção do que os colegas juízes.
O Censo do Poder Judiciário foi feito pelo Conselho Nacional de Justiça.