O Ministério Público Federal (MPF) denunciou, nesta quarta-feira (7/12), o ex-deputado Roberto Jefferson por tentativa de homicídio contra policiais federais que foram até a casa dele em Comendador Levy Gasparian, no interior do Rio de Janeiro, em outubro deste ano, cumprir a ordem de prisão determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Leia a íntegra da denúncia contra Roberto Jefferson.
Jefferson, que recebeu os agentes a tiros e com granada, foi denunciado por quatro tentativas de homicídio, resistência qualificada, posse de arma de fogo e munição de uso restrito e permitido, além de posse e adulteração de granadas.
O MPF disse que o cumprimento de busca domiciliar, após Jefferson se entregar, resultou na apreensão de 7.903 munições de uso permitido e de 370 munições de uso restrito. A posse “deu-se em desacordo com determinação regulamentar, uma vez que aquele endereço não corresponde ao da guarda do acervo de armas e munições, declarado ao Comando do Exército por Roberto Jefferson”, diz a denúncia.
MPF detalha sequência da ação
Ao ver pelas câmeras a presença dos policiais, o ex-deputado, condenado no julgamento do mensalão, gravou um vídeo dizendo que não iria se entregar. De acordo com o MPF, Jefferson, então, se posicionou na varanda e lançou uma granada adulterada com pedaços de pregos cortados envoltos por fita adesiva. Ao retirar o pino do artefato, afirmou que lançaria e gritou: “vocês estão juntinhos aí vão machucar”.
O MPF descreve ainda que, assim que lançou a granada, Jefferson puxou uma carabina18 calibre 5.56x45mm e começou a atirar em direção aos policiais, efetuando os 30 disparos iniciais, esvaziando o primeiro carregador.
A denúncia aponta ainda que o ex-parlamentar não cessou o ataque mesmo depois que os agentes gritaram que havia policiais feridos. Depois disso, foram lançadas outras duas granadas, segundo o MPF. Houve, então, nova sessão de tiros de carabina – aproximadamente mais 30 disparos na direção dos policiais, diz a denúncia.
O MPF diz que , ao todo, Jefferson deu 60 tiros de carabina e lançou três granadas (adulteradas) contra os quatro policiais federais. Alguns dos disparos atingiram o imóvel vizinho que, na ocasião, estava com 20 pessoas (sendo 16 crianças). Depois, o ex-parlamentar gravou novo vídeo, divulgado na internet, exibindo a viatura policial alvejada e uma poça de sangue próxima ao veículo.
O processo é o de número 5002390-75.2022.4.02.5113.
