Um novo levantamento realizado pelo Instituto Paraná (SP-05530/2024), que entrevistou 1.200 eleitores de São Paulo entre 26 de abril e 1 de maio, revela ângulos importantes das dinâmicas em jogo na eleição municipal mais significativa do país. Com a aproximação das convenções partidárias, entender quem ganha e quem perde com a entrada – ou saída – de candidatos é fundamental para manobrar no tabuleiro político. Olhando para as próximas semanas, vejo alguns pontos que merecem atenção.
Cinco pontos que merecem destaque
- Reconhecimento/Recall: O crescimento do apoio ao prefeito Ricardo Nunes (MDB), medido em termos de votos espontâneos – quando os eleitores não recebem estímulo de uma lista de nomes–, indica que ele está fortalecendo sua base eleitoral e marcando maior presença nos corações e mentes dos eleitores. O índice de recall de Nunes mais que dobrou entre novembro de 2023 e agora: de 4,6% para 11,1%.
- Por outro lado, Guilherme Boulos (PSOL), já sendo um nome conhecido, apresentou uma variação mais modesta no mesmo período. Seu índice de recall passou de 8% para 9,6%. Esse contraste sugere que Boulos mantém uma presença estável, mas sem ganhos expressivos de reconhecimento.
- No principal cenário estimulado testado, a separação de Tabata Amaral (PSB) e José Luiz Datena em candidaturas distintas expõe a vulnerabilidade da liderança do prefeito Nunes. Apesar da expectativa de Datena ser vice de Tabata, a aposta com sua filiação ao PSDB é que ele seja pré-candidato a prefeito pelo partido. O que altera significativamente o tabuleiro eleitoral, deixando Nunes como o principal prejudicado na nova configuração.
- O “Efeito Datena”, que se mostra mais nocivo para Nunes do que o potencial de votos que ele poderia efetivamente obter ou adicionar em uma composição, surge como o principal argumento nas negociações entre Datena, seu novo partido e o prefeito. Ou seja, se utilizado estrategicamente, esse dado pode fortalecer tanto a posição de Datena dentro do PSDB quanto para influenciar os rumos do partido em São Paulo, além de poder facilitar ou complicar a situação política de Nunes.
- Em uma outra simulação sem Datena, o que é o cenário mais provável, Nunes obtém 35,2% das intenções de voto contra 29,8% de Boulos.
Confira os números
Situação Eleitoral – Prefeito (Espontânea)
- Ricardo Nunes: 11,1%
- Guilherme Boulos: 9,6%
- Tabata Amaral: 1,7%
- Kim Kataguiri: 0,8%
- Datena: 0,6%
- Marina Helena: 0,3%
- Outros nomes citados: 0,8%
- Não sabe/Não respondeu: 67,4%
- Ninguém/Branco/Nulo: 7,8%
Situação Eleitoral – Prefeito (Estimulada – Cenário 1)
- Ricardo Nunes: 27,3%
- Guilherme Boulos: 25,7%
- Datena: 15,3%
- Tabata Amaral: 8,2%
- Kim Kataguiri: 4,0%
- Marina Helena: 3,6%
- Pablo Marçal: 2,3%
- Altino: 0,3%
- Não sabe/Não respondeu: 6,8%
- Nenhum/Branco/Nulo: 6,7%
Situação Eleitoral – Prefeito (Estimulada – Cenário 2)
- Ricardo Nunes: 35,2%
- Guilherme Boulos: 29,8%
- Tabata Amaral: 10,6%
- Marina Helena: 5,7%
- Altino: 1,7%
- Não sabe/Não respondeu: 8,5%
- Nenhum/Branco/Nulo: 8,7%