O coordenador da campanha de Lula (PT) à presidência, o deputado federal Rui Falcão, rejeita a interpretação de que a candidatura de Lula não apresentou detalhes sobre seu plano econômico. “Fomos uma das chapas que mais apresentou propostas, mas o mercado quer outras definições, como quem será o ministro da Fazenda. Isso o Lula não vai antecipar”, disse.
“Lula já deu outras respostas que não manterá o teto de gastos, até porque já houve uma série de violações. Vamos diligenciar para que haja uma substituição. Há vários economistas dando alternativas para uma nova âncora fiscal”, disse. Outro ponto seria a estratégia de industrialização, que demandaria apoio dos bancos públicos para fomentar a iniciativa privada.
Rui Falcão foi entrevistado no GPS Eleitoral, live que é transmitida pelo JOTA em parceria com o site Inteligência Financeira, neste sábado (1/10), desde as 17h30. A transmissão é comandada por Fábio Zambeli, analista-chefe do JOTA em São Paulo, Bárbara Baião, analista de Congresso, e Iago Bolívar, consultor digital do JOTA, e conta com análises, bastidores e entrevistas sobre as eleições presidenciais deste ano e as pesquisas eleitorais.
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Por causa das alianças em torno da candidatura de Lula, Falcão disse que há uma série de acordos que devem ser colocados em prática para abranger temas que não faziam parte da agenda do PT – como o apoio de Marina Silva (Rede), candidata à deputada federal, que incluiu temas de interesse ambiental.
Quanto à disputa no estado de São Paulo, Falcão afirma que o PT não direcionou esforços para que a disputa ao governo de São Paulo fosse travada, em segundo turno, entre Fernando Haddad (PT) e Tarcísio Freitas (PL).
Segundo pesquisas de intenção de voto, Haddad teria mais facilidade de vencer o candidato Tarcísio, representante de Jair Bolsonaro (PL), no segundo turno. Por isso, há uma interpretação de que, por estratégia partidária, a campanha de Haddad foi mais combativa contra a chapa do atual governador do estado, Rodrigo Garcia (PSDB).
Falcão nega que houve esse movimento. “Nós não escolhemos adversário. O Haddad tem debatido contra ambos. Inclusive, seria melhor escolher no segundo turno o enfrentamento com o Rodrigo Garcia, embora pelas pesquisas aparente ser mais fácil de sermos derrotados”, disse em entrevista ao GPS Eleitoral, programa ao vivo do JOTA que, neste final de semana, discute os rumos das eleições. “Essa seria a melhor escolha, pois Tarcísio pode potencializar a candidatura de Bolsonaro em eventual segundo turno no pleito presidencial, o que não queremos”, completou.
Ele disse que, embora esteja otimista com a vitória em primeiro turno, a campanha prevê obstáculos que podem impactar a votação. “Há questões que não dependem de nós, como abstenção, chuva e problemas no transporte coletivo”, disse.