A quinta rodada da pesquisa Genial/Quaest de 2023 mostra recuo na aprovação do trabalho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em comparação com a pesquisa anterior, realizada em agosto, a aprovação diminuiu seis pontos percentuais. Já a desaprovação aumentou sete pontos, indo de 35% para 42%, igualando-se ao índice de abril.
O levantamento mostra que a piora dos indicadores do presidente e de seu governo ocorreu em todas as regiões do país. No Nordeste, onde o presidente venceu em 2022, a avaliação permanece positiva e relativamente alta, com 68% de aprovação dos entrevistados. Nas demais regiões, houve queda no índice de aprovação e aumento da desaprovação. Na Região Sudeste, a aprovação do presidente caiu de 55% para 49%, no Sul, de 59% para 50%, e no Centro-Oeste e Norte, variou de 52% para 50%.
Ainda neste tópico, a mudança de humor também se reflete na avaliação da atuação do presidente. A parcela que atribui notas positivas (ótimo e bom) ao trabalho de Lula recuou quatro pontos em relação ao levantamento anterior, indo de 42% para 38%. Enquanto as opiniões expressamente negativas (ruim e péssimo) subiram cinco pontos, de 24% para 29% agora. Para 29% a atuação de Lula é regular, mesmo índice registrado no levantamento anterior.
Economia
Os números aferidos sugerem que o país está mais pessimista com a economia. Para 49% o Brasil está na direção errada; um aumento de oito pontos percentuais em relação à pesquisa anterior. Os que consideram a direção correta são 43% agora, contra 46% em agosto.
Aqui também existem diferenças regionais significativas na percepção. Entre os residentes no Nordeste, 57% acreditam que o Brasil está na direção correta, enquanto 55% dos residentes no Sul e 54% no Centro-Oeste avaliam que o país está no rumo errado.
As expectativas sobre o futuro mostram-se mais cautelosas. Em agosto, 59% acreditavam em melhoria para os próximos 12 meses, agora são 50%. Na opinião de 47% a inflação deve subir, assim como o desemprego, para 40%. Para 57%, os preços das contas já subiram, ao passo que 42% apontam alta nos preços dos alimentos e 43% nos preços dos combustíveis.
Ainda assim, a opinião mais pessimista sobre a economia não afetou – até o momento – a avaliação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que continua aprovado por 26%, mesmo percentual dos que o avaliam negativamente.
Agenda internacional
Outro ponto que pesa na avaliação negativa é a quantidade de viagens do presidente ao exterior. Para 55% dos entrevistados, o presidente viaja demais, e 60% acreditam que Lula se dedica mais do que devia à agenda internacional. Além disso, 49% consideram que essas viagens não trazem benefícios significativos para o país, enquanto 40% avaliam o contrário.
Conflito entre Israel e Hamas
A pesquisa também questionou os brasileiros sobre a avaliação das ações do governo na guerra Israel-Hamas. Para a maioria (57%), o Brasil deveria considerar o Hamas como um grupo terrorista, contra 26% que pensam o contrário.
Por outro lado, têm ampla aprovação as medidas destinadas a proteger os brasileiros que estão na região: 85% aprovam negociações com países do Oriente Médio para o retorno dessas pessoas, mesmo percentual dos que aprovam a disponibilização de aviões para o resgate. Mas quando a pergunta é sobre a postura de Lula diante do conflito, as opiniões se dividem: 35% avaliam positivamente, 31% consideram regular e 23% reprovam.
A pesquisa
O levantamento divulgado nesta quarta-feira 25 foi realizado presencialmente entre os dias 19 e 22 de outubro, com a participação de 2 mil brasileiros com 16 anos ou mais, em todos os estados do país. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais e o índice de confiança é de 95,5%.