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Centrão

PGR denuncia Arthur Lira por corrupção passiva envolvendo Queiroz Galvão

Lira, um dos líderes do centrão, já é réu no STF pelo mesmo crime. Leia a íntegra da nova denúncia

Redação JOTA
05/06/2020|20:23|São Paulo
legislativo
Deputado Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados / Crédito: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

O deputado federal Arthur Lira (PP-AL), um dos nomes mais importantes do centrão, foi denunciado mais uma vez pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo crime de corrupção passiva. Segundo a denúncia, Lira "recebeu para si, indiretamente, em duas vezes, em razão da função pública, vantagens indevidas em dinheiro que totalizaram R$ 1.598.700", "provenientes de valores desviados de obras da Petrobras S/A. pela empresa Queiroz Galvão". Leia a íntegra da denúncia.

Para Lindôra Maria Araújo, subprocurador-Geral da República, desde meados de 2004 até pelo menos 2017, Lira "agregou-se ao núcleo político de organização criminosa formada por lideranças de outros partidos da então base governamental para cometimento de uma miríade de delitos, em especial contra a Administração Pública, notadamente para a arrecadação de propina por meio da utilização de diversos órgãos públicos da Administração Pública direta e indireta, tais como Petrobras, Caixa Econômica Federal, Ministério das Cidades, entre outros".

Segundo narra a denúncia, o valor da propina destinada a Lira em 2012, foi oferecido e pago por Idelfolso Colares Filho, ex-diretor presidente da Queiroz Galvão, falecido no final de 2017, e Francisco Ranulfo Rodrigues, superintendente de obras da Queiroz Gaivão em Goiás.

Além de pedir a condenação pelo crime de corrupção passiva, a PGR também requer que Lira seja condenado a ressarcir os danos materiais causados e que pague uma indenização por danos morais coletivos no valor equivalente a R$ 1.598.700.

Lira é um dos líderes do centrão, grupo de parlamentares que hoje dá sustentação ao governo de Jair Bolsonaro. Esta não é a primeira vez que o deputado é denunciado por corrupção passiva. Em outubro do ano passado, a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu uma denúncia contra o deputado, que se tornou réu perante a Corte.

Segundo a PGR, em fevereiro de 2012 o parlamentar recebeu propina de R$ 106 mil ofertada pelo então presidente da Companhia Brasileira de Transportes Urbanos (CBTU), Francisco Colombo.

O valor foi apreendido no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, quando um assessor dele na Câmara tentava embarcar para Brasília, com passagens pagas pelo deputado, e o valor escondido pelo corpo. O colegiado foi unânime na análise do Inq 3515, aceitando a imputação por corrupção passiva, mas recusando de lavagem de dinheiro. A denúncia foi apresentada em abril de 2018 pela então PGR Raquel Dodge.logo-jota