Matheus Teixeira
Foi repórter do JOTA
O Instituto Fiscal Independente (IFI) do Senado Federal divulgou relatório, nesta segunda-feira (15/4), com números detalhados sobre a economia que as mudanças no Regime Geral de Previdência Social (RGPS) propostas pelo governo trarão aos cofres públicos. (Leia a íntegra)
Segundo o estudo do IFI, coordenado pelo economista Felipe Salto, a alteração nas regras do RGPS devem representar um alívio, em 10 anos, de R$ 670,9 bilhões, valor abaixo do apresentado pelo Executivo, que projeta uma economia de R$ 715 bilhões.
O IFI explica que o governo ainda não forneceu números detalhados sobre a reforma e que fez a estimativa a partir de modelos de cálculos desenvolvidos pela Secretaria do Tesouro Nacional e pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia.
"A referida exposição de motivos, no entanto, não apresenta as projeções de forma desagregada, de forma a permitir uma melhor análise a respeito das modificações previstas nos dispositivos da Proposta de Emenda à Constituição 6. Essa foi a motivação para as simulações realizadas pela IFI e apresentadas na próxima seção, de modo a oferecer contribuição para a qualificação do debate em torno da reforma previdenciária proposta", justifica.
Pelos cálculos do instituto, a economia no RGPS, caso a reforma seja aprovada, será dividida entre os seguintes gastos: (i) aposentadorias por idade (R$ 143,4 bilhões em dez anos); (ii) aposentadorias por tempo de contribuição - usual, professores e especiais (R$ 352,2 bilhões); (iii) pensão por morte (R$ 100,1 bilhões); e (iv) aposentadoria por invalidez (R$ 75,1 bilhões).
O relatório sustenta que o formato dos cálculos que levaram a esses números é idêntico ao usado pelo Executivo e segue padrão de órgãos internacionais.
"De acordo com o Ministério da Economia, o modelo desenvolvido pelo Poder Executivo, há três anos, atualmente empregado para a realização de projeções oficiais de receitas e despesas previdenciárias, segue padrões internacionais de metodologias utilizadas pelo Banco Mundial e pela Organização Internacional do Trabalho nos estudos sobre impactos de mudanças em regimes previdenciários", diz o texto.
Além dos dados sobre o regime geral, o relatório também projeta uma economia de R$ 25,5 bilhões com a majoração das alíquotas de contribuição previdenciária dos servidores públicos federais.
O instituto anuncia que divulgará outros relatórios sobre a reforma apresentada pelo governo. "Ainda pretendemos projetar os efeitos fiscais das mudanças no RPPS federal e avançar sobre o caso dos estados e municípios. Os resultados serão apresentados em breve, em notas técnicas e relatórios. A IFI utilizará todo o material e as ferramentas disponíveis para qualificar o debate público e subsidiar o Senado Federal na tarefa de avaliar as consequências fiscais da aprovação da PEC nº 6".