Os defensores da descriminalização do porte de drogas para uso pessoal foram rápidos. Menos de uma hora depois que o ministro do STF Luiz Edson Fachin pediu vista do processo que julga a descriminalização, um grupo de estudantes de direito e advogados lançou a página Devolve Fachin no Facebook. Menos de duas horas depois, já havia mais de 400 seguidores.
Se “pegar”, será a segunda mobilização simultânea pressionando ministros do Supremo a devolverem pedidos de vista: a hashtag #DevolveGilmar já chegou aos trending topics do Twitter e é utilizada há mais de um ano, desde que Gilmar Mendes paralisou o julgamento que se encaminhava para proibir a doação privada para campanhas eleitorais. Agora, Mendes é elogiado pelos ativistas, por seu voto contundente a favor da descriminalização.
Na prática, os ministros não têm um prazo definido para devolver processos dos quais pediram vista. Há casos de vistas que demoram vários anos.
Curiosamente, a escolha de Fachin já havia mobilizado as redes sociais, em um movimento inédito após a indicação de um nome para o Supremo. As hastags #FachinSim e #FachinNao dominaram as redes sociais durante sua sabatina no Senado. Na época, muitos dos que defendiam sua indicação, teoricamente por ser um progressista, podem não ter prestado atenção às sua palavras sobre as drogas:
“Não quero antecipar nenhum ponto de vista sobre isso, mas quero lhe dar meu sentimento pessoal de que entendo que quem abre uma fresta para as drogas, muitas vezes, não consegue segurar as outras portas da casa. E aí é preciso ter muito cuidado, porque estamos falando dos nossos jovens, da juventude brasileira”, afirmou o então candidato a ministro.
No Twitter, a mobilização em torno da hashtag #devolvefachin é pequena, com menos de 50 menções até as 20h. A hashtag #DescriminalizaSTF ficou entre os assuntos mais comentados nos dois dias de julgamento no Supremo.
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