Hyndara Freitas
Foi repórter do JOTA em Brasília, quando cobriu Judiciário, em especial o Supremo Tribunal Federal (STF), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Antes, foi repórter no jornal O Estado de São Paulo
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou, nesta segunda-feira (10/2), o senador Ciro Nogueira (Progressista-PI) pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia foi apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF), por envolver autoridade com prerrogativa de foro. Leia a íntegra da denúncia contra o senador Ciro Nogueira.
De acordo com a denúncia, o parlamentar teria recebido R$ 7,3 milhões de propina da Odebrecht entre 2014 e 2015. O Ministério Público Federal aponta que o valor foi recebido de forma parcelada, com entregas em São Paulo e Brasília. Foram mapeadas 14 entregas de valores, sendo duas diretamente ao parlamentar, e outras 12 por intermédio de Lourival Ferreira Nery Júnior, assessor do partido.
Lourival também foi denunciado. Dos R$ 7,3 milhões pagos pela construtora a Ciro Nogueira, R$ 6 milhões foram distribuídos por intermédio do assessor.
A denúncia foi apresentada no âmbito da Operação Lava Jato, e a investigação é fruto de delações de Marcelo Odebrecht e outros diretores da construtora, por meio de acordo de colaboração premiada firmada com o MPF em 2016.
Em nota, ao advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirmou que "a defesa do senador Ciro Nogueira estranha a apresentação desta denúncia, pois a base do inquérito é unicamente as delações premiadas da Odebrecht. Todas as delações deverão ser analisadas em momento oportuno pelo Supremo Tribunal Federal, que irá decidir sobre a validade ou não de algumas delações. Ademais, o próprio Supremo Tribunal não admite sequer abrir Ação Penal com base somente na palavra dos delatores".