
Menos de um ano após a decretação do AI-5, o maior instrumento de repressão e censura da ditadura militar, o jornalista Luiz Orlando Carneiro afirmou que “os jornais têm de evitar serem meros órgãos oficiais ou oficiosos”.
Decano da cobertura do STF, o jornalista morreu na noite de quarta-feira (11/1) aos 84 anos.
Em palestra proferida em 1º de outubro de 1969 aos alunos de comunicação da PUC-RS, o então editor de notícias do Jornal do Brasil discorreu sobre a responsabilidade da imprensa. A fala foi depois transcrita no número 22 dos “Cadernos de Jornalismo e Comunicação”, publicado em janeiro de 1970 pela Edições Jornal do Brasil.
“O leitor está sempre com pressa, e não gosta de ser enganado. Detém-se nas matérias que levam um título que seja para ele interessante – se está ligado a um interesse imediato ou mediato – que lhe pareça intrigante, original e divertido. Os leitores têm direito de exigir manchetes ou títulos que sejam claros, simples e específicos. As manchetes e títulos não devem ser tratados como propaganda de circo ou pregão de feira de amostras. Devem ser claros, específicos, exatos, sem ambiguidades”, disse Luiz Orlando no evento.
Leia aqui a íntegra da palestra.