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Eleições 2022

O bolsonarismo para além de Bolsonaro

Há agora um eleitor que se diz de direita e é capaz de mobilizar votos nestes termos

  • Glauco Peres
11/10/2022 11:05 Atualizado em 11/10/2022 às 13:48
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bolsonarismo
O presidente Jair Bolsonaro durante desfile do 7 de setembro em Brasília. Crédito: Foto: Alan Santos/PR

Bolsonarismo. O termo ganhou projeção e é utilizado para caracterizar o vasto movimento social em torno do atual presidente. Seja nas mobilizações de rua, seja na disposição de seguir suas ideias e valores nas redes sociais (e fora dela), é um conceito recorrentemente utilizado para avaliar o quadro político do país desde 2018, o que se repetiu nas análises sobre os resultados do primeiro turno das eleições deste ano. Porém, como muitos conceitos novos que ganham repercussão midiática antes da acadêmica, ainda está mal definido e seu uso corrente não contempla as nuances do fenômeno, o que acaba escondendo aspectos fundamentais daquilo que se quer revelar. Assim, é preciso refletir melhor sobre o seu uso para compreendermos o momento que atravessamos, até que um entendimento mais amplo sobre o que está acontecendo seja atingido.

O fenômeno social ao qual o bolsonarismo se refere revela novidades que a meu ver seguem duas características marcantes: a primeira é o protagonismo de certa pauta moral no debate público para um contingente significativo da população. As ideias em torno de uma visão clara de pátria, de família, de liberdade, de desmerecimento à ciência e, principalmente, a relevância religiosa foram integradas aos discursos políticos de maneira contundente.

Ao revelar um comportamento conservador muito pouco sofisticado e claramente anti-iluminista, parece se opor ao discurso da chamada esquerda identitária, com o intuito de manter valores que estariam em risco. Se este discurso em parte sempre esteve presente no contexto social brasileiro, ainda que não com a mesma projeção, o desdobramento do fenômeno na sua segunda característica é praticamente inédita: a sua força eleitoral.

Mesmo que pudéssemos dizer que o brasileiro médio segue esta agenda conservadora há mais tempo, ela não possuía capacidade tão explícita de mobilizar o eleitorado e preencher um debate eleitoral como estamos vendo nestas eleições. O receio de que igrejas fechem, de que o comunismo se espalhe no país, de que a corrupção volte, de que a “liberdade de expressão” seja cerceada – mesmo que isso signifique ser preconceituoso, para dizer o mínimo –, de que a sexualização das crianças seja deturpada, de que o aborto continue proibido etc. parece guiar parcela significativa do eleitorado de maneira mais marcada do que em 2018.

Alimentada por fake news, é alarmante considerar os absurdos que são veiculados e tomados como verdade, como no caso do receio de que casas sejam divididas por outras famílias numa alusão ao comunismo do debate público dos anos 1980, mesmo depois de oito anos de governo de Lula. Situações como esta povoam as manifestações políticas e alicerçaram a eleição de muitos deputados e senadores neste ano, além de colocar o presidente no 2º turno das eleições. E embora por ora estas duas dimensões estejam mais ou menos misturadas no termo bolsonarismo, elas não são a mesma coisa e fazem, a meu juízo, o termo perder a real dimensão do que está acontecendo ao serem tratadas simultaneamente.

Há muitos exemplos para sustentar esta interpretação. Os resultados da eleição para o Congresso brasileiro apontam para uma mobilização conservadora bastante evidente pela quantidade de políticos que se vinculam aos valores mencionados aqui. Se não se refletiu no número de parlamentares que pudessem ser identificados com alguma religião em seu discurso político (que ao que parece, permanecem estáveis), surge no efeito imediato que produziu no início do debate nacional do segundo turno: talvez nunca se tenha observado uma disputa presidencial em que a pauta conservadora e religiosa seja mobilizada tão explicitamente para a decisão do eleitor: presos votarão em Lula? Seria o candidato petista apoiado por satanistas? Ainda que anedóticas, estas notícias mostram a relevância destes temas na decisão do eleitor.

Ou seja, esta identificação conservadora dos valores do eleitorado passou a render votos de maneira ainda mais dramática. Claro, é possível retomar outros momentos em que isso foi importante, como a disputa em 1985 pela Prefeitura de São Paulo em que Fernando Henrique perdeu votos por se declarar ateu ou no “kit gay” e a “mamadeira de piroca” de 2018. Mas, a meu ver, nenhum destes momentos tem paralelo com o que testemunhamos no conservadorismo que tomou conta do debate político nos últimos quatro anos. Figuras como Damares Alves, por exemplo, estão na política há bastante tempo, militando na área de direitos humanos neste caso, mas só agora puderam almejar ocupar cargos eletivos defendendo exclusivamente esta agenda. Há um eleitor agora que se diz de direita e que é capaz de mobilizar votos nestes termos – e isto parece ser um fato maior que a própria figura de Bolsonaro.

Aproveitando esta onda, partidos à direita do espectro ideológico tentam formar uma sigla que se apoie nesta disposição do eleitorado, a despeito da inoperância presidencial para este fim. Inicialmente, fundiram-se PSL e DEM, gerando o União Brasil, e agora pretendem se unir ao PP para formar uma “superbancada” nesta nova legislatura. Toda ela defendendo a mesma agenda conservadora apresentada. Mesmo sem a articulação do presidente, a classe política entendeu a movimentação do eleitor e está buscando corresponder, também como uma reação à legislação que procurou enxugar o número de partidos com representantes no Parlamento. O surgimento de um partido eleitoralmente viável à direita, definindo-se como tal, similar ao que o PT representa para a esquerda, pode ser o legado histórico do momento que vivemos.

Por outro lado, as movimentações em torno da permanência de Bolsonaro no poder após esta eleição, seja através de um golpe, seja através de mudanças constitucionais, como as que surgem agora em torno do número de ministros do STF, por exemplo, caracterizariam mais marcadamente movimentos políticos em torno de sua figura pessoal. Próxima aos movimentos personalistas de diferentes vertentes da América Latina, me parece que assim seria uma associação mais direta a um termo como bolsonarismo.

Imagine por um momento que Bolsonaro saia da Presidência, seja em 2022 ou em 2026. Por não incentivar uma política partidária, não é possível considerar para onde iria toda essa máquina de mobilização que hoje o apoia, considerando as redes de WhatsApp. Serão seus filhos os herdeiros deste capital político? Haverá racha na sucessão? Ou ficará nas mãos de um partido? Não há institucionalidade formal que conduza esse processo de sobrevivência de movimento político estritamente associado à sua imagem pessoal. Ainda assim, mesmo que não haja clareza na sua continuidade institucional, o componente moral no debate público pode tomar rumo distinto.

Um final de governo Bolsonaro, em 2022 ou em 2026, não parece ser suficiente para arrefecer esta reorganização político-partidária que se avizinha, muito menos a que organiza os olhares políticos e a agenda que mobiliza o eleitorado. Uma conjunção de circunstâncias permitiu que o eleitor guinasse para a direita. Bolsonaro participou deste movimento e, caso se reeleja, tentará perpetuar-se no poder, ao que parece. Mas qualquer alusão à sua figura depende deste movimento. Mesmo com sua eventual derrota no próximo dia 30, o conservadorismo parece ter se projetado na decisão do eleitor, com reflexos no sistema partidário e, assim, deve perdurar pelos próximos anos. Já a sobrevivência do bolsonarismo, esta ainda depende desta eleição, de Jair e de sua família.

Glauco Peres – Cientista político e economista, é professor livre-docente do Departamento de Ciência Política da Universidade de São Paulo (USP), pesquisador do CEBRAP e pesquisador associado do Centro de Estudos da Metrópole (CEM). Tem experiência na área de ciência política, com ênfase em política comparada, atuando principalmente nos temas de geografia eleitoral, eleições, partidos, institucionalismo e metodologia da ciência política

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