Exportação de alimentos

Brasil alcança posição de maior exportador de alimentos industrializados, diz ABIA

‘O Brasil se consolidou como o supermercado do mundo’, diz João Dornellas, presidente da entidade

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Crédito: Unsplash

O Brasil atingiu a posição de maior exportador de alimentos industrializados do planeta no ano passado – em volume -, com aumento de 11,4% na quantidade vendida para 190 países, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) anunciou em coletiva à imprensa na manhã desta quinta-feira (22/2). “O Brasil se consolidou como o supermercado do mundo”, afirmou João Dornellas, presidente da entidade.

De acordo com a associação, a indústria de alimentos e bebidas industrializados gerou um faturamento total de R$ 1,16 trilhões – 7,2% maior que no ano anterior -, R$ 310 bilhões destes relativos à exportação – o que corresponde a um aumento de 5,2% na comparação com 2022.

Segundo Dornellas, 73% da produção é consumida internamente e 23%, exportada. A Ásia é o principal importador de alimentos industrializados (43%), seguida dos países árabes (16,4%) e da União Europeia (14,6%).

Entre os destaques de produtos comprados do país estão suco de laranja e açúcar, carnes bovina e de aves, café solúvel e óleo de soja.

O presidente da ABIA espera que, devido às condições climáticas, este ano possa haver uma redução na produção, mas, ainda assim, não acredita que o Brasil perderá a posição alcançada na exportação. Ao contrário, Dornellas fala em crescimento de 2,5% de vendas neste ano.

“Ano anterior, a safra foi muito boa, esse ano espera-se essa queda, mas isso é um movimento orquestrado no mundo inteiro. O que afetou o Brasil foram fenômenos climáticos e não necessariamente se repetiram ao redor do planeta como um todo. A gente espera que isso não venha a afetar tanto o preço das commodities”, ressaltou Dornellas.

Dornellas disse ainda que a indústria de alimentos contribuiu para o controle da inflação no país, “fazendo o alimento chegar mais barato na mesa do brasileiro”.

Ele destacou dados do IPCA de alimentos, mostrando que, ao se comparar os industrializados com os alimentos in natura, os números de 2021/22 e 2022/23 apontam uma deflação para os primeiros (11,6% para – 1,4%), enquanto os segundos seguiram em alta, mesmo que menor (10,92% para 4,99%).

“Isso é importante, porque a indústria processa alimentos para dar segurança maior, para fazer o alimento durar mais e também segurar o preço. Exemplo claro disso é o tomate, que sofre muita variação de preço de acordo com a safra. Na indústria, você não tem essa variação. Além de fazer o produto chegar em diversas regiões que não são produtoras”, afirmou o presidente da ABIA, que representa mais de 80% do setor de alimentos e bebidas.