Teste Público de Segurança

TSE encontra 5 vulnerabilidades na urna, mas Barroso nega risco ao resultado da eleição

‘Nenhum dos achados é verdadeiramente grave a ponto de afetar o resultado da eleição’, afirmou o presidente do TSE

TSE
Crédito: Nelson Jr./Ascom/TSE
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O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou nesta segunda-feira (29/11) os resultados do Teste Público de Segurança (TPS) da urna eletrônica para as eleições de 2022. Segundo o presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, dos 29 planos de ataque apresentados por entidades participantes do exame, como universidades e a Polícia Federal, 24 não tiveram sucesso e não conseguiram ultrapassar as barreiras de segurança. Todavia, cinco pontos de fragilidade foram detectados e esses achados serão avaliados pelo TSE.

Porém, o TSE enfatizou que as fragilidades detectadas não afetam o resultado das eleições. “Digo, com alívio, que nenhum dos achados é verdadeiramente grave a ponto de afetar o resultado da eleição”, afirmou Barroso durante a coletiva de imprensa.

Com essas informações em mãos, os técnicos do TSE têm até maio de 2022 para corrigir os eventos apresentados e repetir o teste de modo a aperfeiçoar o sistema.

O ponto de fragilidade mais preocupante foi trazido por técnicos da Polícia Federal. Eles conseguiram ultrapassar a barreira de segurança da rede de transmissão dos computadores das seções eleitorais e a do TSE, porém, sem alterar o sistema ou adulterar votos.

O secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Júlio Valente, explicou que as urnas eletrônicas não são conectadas em rede, então, o ataque realizado pelos investigadores não consegue alterar o resultado das eleições porque às 17h a votação é encerrada e a apuração daquela urna é impressa e publicada na seção eleitoral. “Nenhum dos eventos têm potencial de modificar os resultados das eleições, ainda sim, são eventos importantes e a gente vai se debruçar sobre esses achados para poder fortalecer nosso sistema eleitoral”, disse.

Outra fragilidade encontrada foi em relação ao fone de ouvido da urna, usado em caso de eleitores com deficiência visual. Os participantes do teste conseguiram, via bluetooth, que a vocalização fosse transmitida para alguém. Porém, também não modifica o voto do eleitor.

Testes desde 2009

Os investigadores também conseguiram saltar a rede de transmissão dos computadores das seções eleitorais, no entanto, sem adentrar à barreira de segurança do próprio TSE. Além disso, os investigadores desembaralharam o boletim da urna, que é o resultado, mas isso não ocasiona nenhuma consequência porque os boletins são públicos.

Por fim, os investigadores conseguiram acoplar um painel falso de teclado na urna. O teclado acoplado é incapaz de votar, ou seja, não interfere no resultado, mas é capaz de quebrar o sigilo do voto. Porém, Barroso ressaltou que é preciso que uma pessoa entre na cabine de votação com um novo painel, faça a troca e outra pessoa retire depois, o que torna a fraude de difícil execução. O TSE, entretanto, está estudando maneiras de minimizar os riscos de algum eleitor ter esse comportamento.

Os testes de segurança da urna eletrônica existem desde 2009 e fazem parte do calendário eleitoral. Qualquer brasileiro pode apresentar um plano de ataque aos sistemas eleitorais envolvidos na geração de mídias, votação, apuração, transmissão e recebimento de arquivos. O teste envolve várias etapas, desde a apresentação dos planos de ataque, apresentação do sistema aos investigadores, abertura do código e o período de ataque propriamente dito. Depois, o TSE convida os envolvidos para testar novamente o sistema e verificar se as falhas foram corrigidas. No teste de 2019, foram apresentados dois problemas e no de 2017, três.