Márcio Falcão

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, afirmou, nesta terça-feira (6/8), que novas mensagens atribuídas a integrantes da força tarefa da Lava Jato no Paraná revelam que "nós tínhamos uma organização criminosa para investigar".  "Estamos falando de investigações criminosas", emendou.
Em nova reportagem do The Intercept Brasil em parceria com o jornal El País, mensagens mostram que a força tarefa se movimentou para pedir a suspeição de Gilmar e até seu impeachment, chegando a planejar acionar investigadores da Suíça para tentar reunir elementos contra o magistrado.
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"É aquilo que eu comentei. Tudo indica, na medida em que os fatos vão sendo revelados, que nós tínhamos uma organização criminosa para investigar. Portanto, eles partem de ilações absolutamente irresponsáveis. Eu não sei quem é Paulo Preto. Nunca o vi. Eles dizem que trabalhou ao meu lado no Palácio do Planalto. Nunca o vi", disse o ministro.
E completou: "me parece que realmente isto é a revelação de um quadro de desmando completo. Revela a gestão da PGR, e certamente nós vamos ter ainda surpresas muito mais desagradáveis. Temos que reconhecer: as Organizações Tabajara estavam também comandando esse grupo."
O ministro reiterou que, em sua avaliação, essa é a maior crise no aparto judicial do Brasil desde a redemocratização.
"Isto atingiu tanto a PGR quanto a Justiça Federal. As duas instituições estão sendo muito comprometidas nesse episódio. Seja no jogo de combinação, pelas decisões malfeitas, má elaboração de peças, por essas atitudes criminosas. Então, essas instituições estão saindo muito mal. Agora, o presidente [ Jair Bolsoanro] tem a oportunidade de indicar alguém com compromisso de restabelecer, dar credibilidade à instituição, porque ela perdeu".
Para Gilmar, as mensagens indicam que "Estamos falando de investigações criminosas. Imagina o que não fizeram nas delações, nas combinações sobre delações".

MENDESGILMAR

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Gilmar: Lava Jato agia como 'organização criminosa para investigar'

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