
O ministro Luiz Fux participou nesta quinta-feira (8/9) da última sessão plenária como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). A partir de segunda-feira (12/9), a Corte será presidida pela ministra Rosa Weber. Em seu discurso, Fux lembrou os constantes ataques que o Supremo vem sofrendo: “Não bastasse a pandemia, nos últimos dois anos, a Corte e seus membros sofreram ataques em tons e atitudes jamais vistos na história do país. Não houve um dia sequer em que a legitimidade das nossas decisões não tenha sido questionada”, recordou o ministro.
Fux lembrou que, mesmo diante dos ataques e dos desafios trazidos pela pandemia, a Corte manteve o seu trabalho de resguardar a Constituição. Para o ministro, a sua gestão trabalhou para que o Supremo permanecesse a “voz firme, lúcida e serena” dos diversos debates da vida política do país em relação aos quais este plenário foi instado a se pronunciar.
“Dia-pós-dia, no exercício de nossa função, onde havia hostilidade, construímos respeito; onde havia antagonismo, estimulamos cooperação; onde havia fragmentação, oferecemos o diálogo; e onde havia desconfiança, erguemos credibilidade”, disse o ministro. “Temos humildade, porém, para reconhecer que esse trabalho é inacabado. Afinal, a legitimidade de uma Corte Constitucional não se constrói nem se corrói num único dia”, complementou.
O ministro Luís Roberto Barroso prestou uma homenagem ao colega de Corte e também ressaltou os ataques que a Corte vem sofrendo. Segundo ele, Fux lidou com a situação de forma firme e ponderada na defesa da democracia e ajudou a atenuar radicalizações e a diminuir as distensões trazidas por ataques “indignos” ao tribunal e seus ministros. “Aqui ninguém respondeu ofensa com ofensa, agressão com agressão, grosseria com grosseria. Somos feitos de outro material e praticamos outros valores ligados ao bem, à justiça e ao respeito ao próximo”, afirmou.