Opinião e Análise

Carolina Barboza

A ascendente das mídias sociais e a valorização do potencial e alcance propagado pelos influencers resultaram em uma mudança no modelo de publicidade e propaganda tradicional da sociedade. Nesse sentido, o media for equity tem sido um mecanismo utilizado pelas empresas como alternativa de investimentos a fim de alavancar o marketing dos seus produtos e serviços, tendo em contrapartida participação societária.
Na tentativa de surfar na onda da Web 3.0, <a href="https://braziljournal.com/exclusivo-gabriel-medina-lanca-fundo-de-vc-e-mira-o-credito-de-carbono-dos-oceanos/">Gabriel Medina lançou a Kauai Ventures</a>, fundo de venture capital enquadrado como celebrity fund. A estratégia é determinada personalidade referência de um nicho de mercado atuar para atrair exposição para o fundo. O objetivo do fundo é investir nas inovações tecnológicas como metaversos, sistemas <a href="https://www.jota.info/tudo-sobre/blockchain">blockchain</a> e NFT unidos a aspectos de meio ambiente, bem-estar, social e gaming.
Outro excelente exemplo que está em hype no mercado é a constante visibilidade da cantora Anitta nesse formato. Não é novidade que Anitta atua além do mundo da música, se mostrando uma excelente empresária e gestora de negócios. Em agosto de 2022, a empresária firmou uma parceria com o FreeFire para a criação do personagem “A Patroa” e recentemente <a href="https://www.seudinheiro.com/2022/empresas/anitta-socia-da-fazenda-futuro-cantora-no-mundo-dos-negocios-lils/">anunciou a sua entrada como sócia da Fazenda Futuro</a>, startup com o objetivo de <a href="https://www.fazendafuturo.io/">expandir a alimentação à base de plantas</a>, através da parceria “Fazenda Futuro feat. Anitta”.
Importante destacar que há uma tendência em confundir dois conceitos, o media for equity, que se consolida como um modelo de publicidade em troca de participação societária, e o celebrity fund, em que uma personalidade famosa aporta dinheiro em determinada empresa, contribuindo tanto financeiramente quanto através da sua exposição pública.
No caso da Fazenda Futuro podemos identificar a parceria nos moldes tanto do media for equity quanto do celebrity funds, uma vez que além do aporte financeiro realizado, “a cantora participará de projetos de divulgação da marca a serem lançados”. Conforme se depreende da <a href="https://exame.com/negocios/anitta-se-torna-socia-da-fazenda-futuro-e-vai-ajudar-a-popularizar-carne-de-plantas/">fala de Marcos Leta</a>, fundador da startup, resta configurado, assim, o media for equity.
Já no cenário internacional, os <a href="https://startups.com.br/noticias/celebrity-funds-saiba-mais-sobre-a-tendencia-e-quem-esta-investindo/">exemplos de celebrity funds </a>são infinitos. Como exemplo, pode-se mencionar a marca de bebidas veganas De Soi lançada pela cantora Katy Perry, o investimento realizado pela dupla The Chainsmokers na marca Jaja Tequila e a parceria firmada entre o piloto de F-1 Lewis Hamilton e o tenista Roger Federer na foodtech NotCo.
Portanto, a presente modalidade de investimento é oportuna, considerando o momento de mercado em que o capital está mais escasso e os investidores estão mais seletivos. Para as startups há uma consolidação de benefícios claros no formato, em especial a exposição da mídia, sem desembolso de caixa, podendo possibilitar campanhas de comunicação e estruturação de novos relacionamentos com a imprensa.
No aspecto contratual, a estrutura de media for equity envolve a celebração de acordos complexos que regulam a participação da empresa investidora na empresa beneficiária. É importante garantir que o contrato estabeleça claramente as obrigações e responsabilidades de cada parte, além de definir questões como a forma de aquisição da participação e as possíveis limitações ou restrições ao seu exercício.
Além disso, a startup que optar por implementar esse modelo deve se atentar à alguns pontos como a base para o cálculo da performance do artista e o percentual de participação concedido; metas e principais métricas que serão computadas no formato; prazo de conversão e como será balanceado o efeito do mercado com a entrega do artista e o impacto no percentual estipulado.
Do ponto de vista societário, é importante observar que a contrapartida em equity resulta na possível participação em decisões estratégicas da companhia, eleição de diretoria e de conselho de administração, aprovação de orçamentos e planos de negócio, dentre outros. Em razão disso, é importante que os documentos da operação sejam elaborados com o objetivo de não engessar o poder de decisão e garantir que a participação adquirida não comprometa a estrutura da empresa.
Dentre diversos outros pontos relevantes nessas operações, faz-se necessário a composição de um time de marketing e jurídico qualificados para que todo o plano de media for equity seja estruturado a fim de resguardar direitos e obrigações das partes e a própria empresa, em caso de falha na performance do artista.<a href="#_ftnref1" name="_ftn1"></a><a href="#_ftnref4" name="_ftn4"></a>

steve-gale-e7jq0NH9Fbg-unsplash

https://images.jota.info/wp-content/uploads/2021/09/copy-of-jota-logo-high-cmyk.jpeg

JOTA

Empresas alavancam marketing oferecendo participação societária em contrapartida

O &#8216;envolver&#8217; na onda 3.0 do media for equity

O 'envolver' na onda 3.0 do media for equity

Empresas usam media for equity para alavancar marketing oferecendo participação societária em contrapartida