Rafael Chang

Somos um país imenso, com um mercado consumidor robusto, uma mão de obra disponível, recursos naturais abundantes e bom diálogo com outros países. Por outro lado, esse mesmo Brasil também tem problemas de formação e qualificação dessa mão de obra, um sistema tributário complexo e ineficiente, desigualdades sociais profundas e pouca capacidade de utilizar, de maneira econômica responsável, os recursos naturais que dispõe em seu território. 
É urgente avançar e diminuir esses entraves. São muitas as necessidades na mesa e precisamos fazer escolhas, que nem sempre são populares. Isso cabe às empresas, mas também ao governo, que tem um papel fundamental para promover um ambiente em que possamos prosperar – empresas e sociedade.  
No final da década de 1950, a Toyota escolheu o Brasil para abrir a sua primeira fábrica fora do Japão. Não fez isso por acaso. Fez porque sempre acreditou no potencial do país, da nossa capacidade e de projetar um futuro melhor para os cidadãos. Após mais de 60 anos, continuamos com fôlego e energia para oferecer soluções, mas elas têm sido cada vez mais difíceis.  
É por isso que defendemos o avanço de alguns temas-chave, como <a href="https://www.jota.info/tudo-sobre/reforma-tributaria">reforma tributária</a>, sustentabilidade e inserção global.  
A aprovação de uma reforma para corrigir as distorções tributárias que sufocam o setor produtivo e inibem a capacidade de consumo dos brasileiros cria oportunidade de emprego, de investimento e de oferta de mais bens e serviços. Sabemos das dificuldades de contemplar diversas demandas de diferentes setores produtivos, e vemos com bons olhos os avanços na criação de soluções.  
Além disso, não podemos perder sustentabilidade de vista. Não é apenas uma onda. Continuamos investindo em tecnologia e inovação, lançando carros com motores mais limpos, com menor impacto ao meio ambiente. Fomos a primeira montadora a criar o veículo híbrido no mundo, e a primeira a criar a solução Híbrido-Flex, feito no Brasil para o Brasil, graças às condições e oferta dos biocombustíveis por aqui. Nosso portfólio global ainda conta com outras soluções, como os carros movidos exclusivamente a bateria e a hidrogênio, pois acreditamos que a diversificação de soluções é fundamental para dar conta de diferentes necessidades.  
Por fim, precisamos retomar o papel ativo do Brasil no cenário mundial, ampliando acordos comerciais e ampliem mercado consumidor. Uma reforma tributária efetiva, aliada a investimentos em pesquisa, tecnologia e inovação levará à fabricação de veículos melhores, inclusive para exportação, gerando empregos e pagando impostos e colaborando para o superávit da balança comercial. O Brasil tem tamanho e importância geopolítica e econômica para isso. 
Aumentar a competitividade nacional não passa, evidentemente, apenas por esse tripé que apresentamos. Mas ele é importante para consolidar a estrutura que imaginamos para o Brasil retomar o caminho do desenvolvimento econômico e social. O desafio é enorme, mas as alternativas para se chegar estão diante de nós há muito tempo. Precisamos apenas de decisões.

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JOTA

Tripé pavimentará caminho da competitividade brasileira

Reforma tributária, sustentabilidade e inserção global

Tripé de reforma tributária, sustentabilidade e inserção global pavimentará caminho da competitividade brasileira