Caroline Nunes

Alexandre Elman Chwartzmann

A expressão Open Innovation (Inovação aberta) está na moda. Empresas, movidas pela força invisível da globalização, abrem suas portas para buscar mentes inovadoras fora de seus limites internos, aliando suas forças a outras organizações, sejam grandes corporações ou startups, em prol do desenvolvimento colaborativo.<a href="#_ftn1" name="_ftnref1">[1]</a>
O conceito é atrativo, mas a sua implementação é viável? Bem, temos um exemplo interessante para ilustrar e que aconteceu nas terras brasileiras: o caso do Fiat Mio.
<a href="https://conteudo.jota.info/carf-previsivel"><img class="aligncenter wp-image-292715 size-full" src="https://www.jota.info/wp-content/uploads/2021/01/carf-previsivel.jpg" alt="" width="688" height="688" /></a>
Em 2009, a Fiat decidiu que estava pronta para utilizar o modelo de open innovation. Sua ideia era simples, mas inovadora: por meio de um website, os próprios internautas davam opiniões sobre como deveria ser seu novo projeto de automóvel, o Fiat Mio.
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Imagem 1 – Banner do site
Fonte: FIATMIO.CC
Entre agosto de 2009 e setembro de 2010, a Fiat recebeu mais de 17 mil sugestões para o projeto e quase dois milhões de usuários visitaram o website. Os internautas decidiram todos os pontos, como tema, concepção do design, materiais, motorização e recursos específicos. O resultado foi o Fiat Mio, apresentado no Salão de São Paulo de 2010 e construído pelo estúdio nacional de design da marca.
<img class="aligncenter size-full wp-image-296246" style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-style: inherit; font-variant-ligatures: inherit; font-variant-caps: inherit; font-weight: inherit;" src="https://www.jota.info/wp-content/uploads/2021/02/open2.png" alt="" width="1172" height="732" />
Imagem 2 – Resultado do Fiat Mio
Fonte: FCAGROUP
O Fiat Mio foi o primeiro exemplo de co-criação no setor automobilístico, mas o projeto não chegou a sair do papel. O resultado foi um veículo que não se encaixa no mercado automobilístico e que não era vendável. Veja bem, um novo modelo de carro demanda muito mais do que apenas boas ideias. O processo costuma levar de 5 à 8 anos, exige pesquisa de mercado, análise de viabilidade, desenvolvimento e compra de patentes, testes e mais testes...
Isso sem falar nas questões de Propriedade Intelectual (PI). O Fiat Mio foi pensado para ser de todo mundo (Vide o slogan “um carro para chamar de seu”): então como ficaria a partilha de PI? Cada co-criador permaneceria com uma parcela dos direitos do veículo?
Se por um lado o Fiat Mio foi um exemplo de fracasso do modelo de open innovation, por outro, o processo funcionou muito bem como estratégia de Marketing. Uma pesquisa realizada após o processo revelou os ganhos da iniciativa: além da mídia gerada espontaneamente, a marca Fiat conseguiu criar um vínculo maior com os consumidores – um impacto direto na reputação da empresa.<a href="#_ftn2" name="_ftnref2">[2]</a>
Esse caso demonstra que a inovação aberta não se sustenta por si só, devendo ser apenas uma das inúmeras estratégias a serem adotadas no desenvolvimento de um novo projeto.
O que é Open Innovation
O termo "Inovação Aberta" foi cunhado por Henry Chesbrough, que descreve em seu livro "Open Innovation: The New Imperative for Creating and Profiting from Technology" (2003) como as empresas mudaram dos chamados processos de inovação fechados para uma maneira mais aberta de inovar.<a href="#_ftn3" name="_ftnref3">[3]</a>
Diferentemente do modelo tradicional, em que todo o processo de inovação da empresa é realizado internamente e de maneira “fechada”, o open innovation oferece uma outra abordagem. Neste cenário, o desenvolvimento de soluções inovadoras utiliza fontes internas e externas de conhecimento, baseando-se na crença de que indivíduos de fora da empresa também podem contribuir no desenvolvimento estratégico de inovações. Portanto, open innovation é a colaboração com diversos atores de pesquisa e desenvolvimento (P&amp;D), aproveitando talentos de forma muito mais ampla e eficiente. Dentre as vantagens, podemos listar:
<ul>
<li>Maior agilidade no processo inovativo;</li>
<li>Compartilhamento de riscos;</li>
<li>Redução de custos;</li>
<li>Inovação para produtos e serviços já existentes no mercado.</li>
</ul>
<blockquote class="jota-article__eye">A maior parte dos pensadores entende que a inovação normalmente acontece nas extremidades da empresa, e não do seu núcleo.<a href="#_ftn4" name="_ftnref4">[4]</a></blockquote>
O professor de Direito Yochai Benkler, da Universidade de Harvard, afirma:
“Os monopólios podem ter muito dinheiro para investir em P&amp;D, mas normalmente não têm a cultura interna de exploração pura e aberta, necessária à inovação. A web não veio de monopólios; ela veio da borda. O Google não veio da Microsoft. O Twitter não veio da AT&amp;T ou, neste mesmo sentido, do Facebook.”
A ponderação aqui é no ganho que a empresa poderá ter ao abrir suas portas e cooperar com instituições de pesquisa, universidades e, até mesmo, concorrentes diretos. O segredo para o sucesso é juntar forças de forma estratégica – quanto mais pessoas participarem do processo, maior é a troca e mais rápido é possível se chegar à inovação.
<img class="aligncenter size-full wp-image-296247" src="https://www.jota.info/wp-content/uploads/2021/02/open3.png" alt="" width="735" height="565" />
<a href="#_ftn5" name="_ftnref5">[5]</a>
O célebre professor Joseph Stiglitz, vencedor do Nobel, em sua obra “economic foundations of intellectual property rights”<a href="#_ftn6" name="_ftnref6">[6]</a>, afirma que há uma série de etapas que qualquer sistema de inovação deve seguir.
A primeira é a seleção de projetos e pesquisadores. Quem vai fazer a pesquisa, e que projetos serão realizados? A segunda tarefa é o financiamento. Como o projeto e a produção de conhecimento serão financiados? Isso está relacionado com a terceira questão, a de absorção de risco; pesquisa é um processo arriscado: se você soubesse o resultado, não seria realmente pesquisa. Há uma incerteza inerente à pesquisa. A questão é: quem corre esse risco? Em quarto lugar, qualquer sistema de inovação eficaz deve fornecer incentivos para que indivíduos e empresas inovem (tanto incentivos pelo trabalho dispendido quanto incentivos para inovar). Em quinto lugar, um sistema de inovação bem funcional deve disseminar e usar o conhecimento produzido.
Empresas que adotam o modelo 
É possível listar algumas iniciativas famosas do modelo de open innovation<a href="#_ftn7" name="_ftnref7">[7]</a>:
<ul>
<li>Samsung: A Samsung tem uma grande unidade interna de P&amp;D, mas a empresa também é uma defensora do open innovation e utiliza o modelo, especialmente por meio de parcerias e investimento direto em startups;</li>
<li>Lego: A Lego estimula seus clientes a compartilhar novas ideias através de seu <a href="https://www.lego.com/en-us/themes/creator-3-in-1" target="_blank" rel="noopener noreferrer">Criar e Compartilhar,</a> bem como pelo site <a href="https://ideas.lego.com/" target="_blank" rel="noopener noreferrer">Lego Ideas</a>, por meio do qual os usuários podem compartilhar imagens e designs para novos produtos da empresa;</li>
<li>Facebook: Há um interessante exemplo de Open innovation no Facebook. A empresa organiza hackathons<a href="#_ftn8" name="_ftnref8">[8]</a> (competições tecnológicas) para seus funcionários. A ideia desses hackathons é que os colaboradores gerem novas ideias e inovações e façam versões iniciais de invenções;</li>
<li>Apple: Apesar de ser conhecida pelo seu tradicional sistema fechado, a Apple utiliza o open innovation quando a adoção do modelo lhe parece adequada. Pense nos usuários de iPhone (e em todos os outros usuários de smartphones): eles têm todos os tipos de necessidades, e muitas vezes os fabricantes do sistema não conseguem dar vazão a estas demandas. E é aí que o open innovation entra. Aplicativos de diferentes empresas são integrados ao smartphone, a fim de atender às diversas necessidades dos usuários. Desta forma, os clientes podem personalizar sua experiência exatamente como desejam, e tudo isso beneficia tanto a plataforma quanto os usuários.</li>
</ul>
Todos os casos citados acima possuem algo em comum: é uma abordagem aberta na entrada, mas não significam uma abertura na saída (como Stiglitz propõe). Ou seja, todo o processo é inbound (coletar ideias, fazer eventos, engajar comunidades, criar githubs), mas nenhuma delas se propõe a fazer com que a saída (o resultado final) seja aberta – Facebook, Apple, Samsung ainda são empresas que dependem muito de conceitos “fechados” como segredos de negócios e registro de patentes. Com frequência compram patentes e reforçam a segurança de seus códigos-fonte e seus departamentos internos de P&amp;D, além de seus produtos principais serem extremamente fechados.
Desafios na adoção do open innovation
Apesar dos benefícios listados, adotar o modelo de open innovation mostra-se uma tarefa desafiadora.
Segundo Henry Chesbrough, criador da teoria do open innovation, um dos desafios que as organizações enfrentam é que as ideias tendem a ficar dentro da empresa, estagnando no processo de planejamento, não sendo desenvolvidas mais adiante.
Algumas questões que podem nortear o processo colaborativo:
<ol>
<li>Priorizar ideias - Quais ideias valem a pena?</li>
<li>Capacidade da equipe - Quem será responsável pelo desenvolvimento e acompanhamento do projeto?</li>
<li>Recursos - Há recursos suficientes e como alocá-los?</li>
<li>Outras ideias- O que fazer com todas as outras ideias que são boas, mas ainda não podem ser implementadas?</li>
</ol>
Open innovation também pode significar ter que abrir ao mercado alguns problemas internos que sua empresa está enfrentando. Divulgar fraquezas do seu negócio não é um trabalho simples, afinal, não só possíveis colaboradores, mas seus concorrentes poderão ver no que você está trabalhando e quais são as suas dificuldades.
É importante lembrar que sua empresa pode (e deve) restringir a quantidade de informações divulgadas ao adotar o open innovation. Um bom exemplo é a Apple, que regula e controla os aplicativos utilizados no iPhone, a fim de que os desenvolvedores possam criar seus produtos para funcionar no ambiente Apple. Dessa forma, colaboradores contribuem com o crescimento e o processo inovativo do sistema, com pouco ou nenhum acesso aos outros aspectos do P&amp;D interno da Apple.
Open Innovation e Propriedade Intelectual
A globalização é uma das questões mais importantes da atualidade, e a propriedade intelectual é um dos aspectos mais importantes da globalização, especialmente na medida em que o mundo se move em direção a uma economia de conhecimento. Como regulamos e gerenciamos a produção de conhecimento e o direito de acesso ao conhecimento definirá o quão bem essa nova economia, a economia do conhecimento, funciona e de que se beneficia. Em jogo estão questões de distribuição e eficiência.<a href="#_ftn9" name="_ftnref9">[9]</a>
<blockquote class="jota-article__eye">Propriedade Intelectual (PI) é uma forma de propriedade que inclui criações intangíveis da mente humana. O principal objetivo da propriedade intelectual é incentivar a criação de uma ampla variedade de bens, garantindo que criadores, inventores e autores possam receber uma compensação econômica por seu trabalho.</blockquote>
No contexto de Open Innovation, a propriedade intelectual desempenha um papel que não reflete mais o mecanismo defensivo usual adotado pelas empresas, que utilizavam o mecanismo para barrar concorrentes e para operar livremente no mercado. Essa abordagem defensiva baseou-se na noção de PI como direito de excluir os outros, em vez de permitir a inovação.
No entanto, contrariamente a essa percepção, é possível sim proteger a Propriedade Intelectual das empresas e ao mesmo tempo permitir a comercialização de suas soluções e sua participação com segurança em colaborações de P&amp;D, limitando os riscos de uma apropriação indevida por um desses agentes colaboradores do projeto.
Devido à própria natureza do open innovation, uma gestão eficiente da propriedade intelectual é vital para o sucesso do projeto. Compartilhar conhecimento, tecnologia e expertise entre parceiros é uma grande vantagem, mas pode ser arriscado do ponto de vista da segurança de segredos comerciais. Desta forma, as organizações devem começar a gerenciar a propriedade intelectual no estágio inicial do processo inovador, como o registro dos seus direitos e a adoção de medidas internas de segurança, a fim de evitar problemas futuros. Algumas medidas que podem ser adotadas:
<ul>
<li>Criar de um sistema de registro interno para acompanhar qualquer criação ou transferência de PI;</li>
<li>Criar um banco de dados PI e mantê-lo atualizado;</li>
<li>assegurar a segurança dos dados e a confidencialidade interna e externa;</li>
</ul>
É importante delimitar a titularidade da PI existente previamente ao projeto (Background IP) e estabelecer quem será o titular da PI desenvolvida em conjunto (Foreground IP), que consiste na mediação entre os interesses das empresas sobre as tecnologias em jogo. Após delimitar-se no que consiste a background IP, deve-se questionar a quem pertencerá a foreground IP. Isso inclui determinar, por exemplo, a obrigatoriedade de cessão ou licenciamento, remunerada ou não, ou outra forma e modo de exploração.
Deve-se ter em mente que muito foco na proteção de PI assustará possíveis colaboradores. Chamamos esse fenômeno de "Efeito Medusa"<a href="#_ftn10" name="_ftnref10">[10]</a>— através de patenteamento excessivo, políticas de PI excessivamente rigorosas ou a proibição da comunicação entre pesquisadores da empresa e aqueles que estão fora, irá transformar colaboradores em “pedra”, estagnando o processo inovativo.
Um sistema de inovação bem desenhado é um sistema misto, envolvendo patentes e outros elementos, como prêmios e apoio governamental à pesquisa básica, por exemplo, em uma universidade.
Geralmente a proteção da propriedade intelectual é benéfica para o open innovation quando é usada mais como um dispositivo de alerta do que como um artifício de controle. Por exemplo, ter uma patente proporciona ao empreendedor uma base segura para negociações com venture capitalists (investidores de risco), potenciais colaboradores ou grandes empresas interessadas em comprar a ideia. Na perspectiva de um negócio, a patente mostra a terceiros que a empresa deu um passo inventivo em uma determinada área, indicando uma maior expertise. Esse reconhecimento pode ajudar a atrair parceiros experientes em áreas semelhantes.
O open innovation está mudando a forma como as empresas encaram desenvolvimento de inovações, permitindo que organizações aliem suas forças com agentes externos em prol de um objetivo em comum. Apesar de apresentar-se como um modelo promissor, a adoção da inovação aberta deve ser feita com cautela.
Se o open innovation for adotado como única solução para o processo inovativo, corre-se o risco de replicar a situação que ocorreu com o Fiat Mio, desenvolvendo-se um produto que não possui viabilidade comercial. Desta forma, o modelo não deve ser utilizado de forma isolada, mas aliado a diversas outras estratégias já usadas no mercado.
No mais, para que a colaboração ocorra da melhor forma possível, é necessário um gerenciamento estratégico de Propriedade Intelectual, sendo importante achar um equilíbrio que proporcione uma proteção adequada, mas que não engesse o desenvolvimento inovativo.
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O episódio 48 do podcast Sem Precedentes faz uma análise sobre a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) em 2020 e mostra o que esperar em 2021. Ouça:
https://youtu.be/-hMj5lwWXEE
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<a href="#_ftnref1" name="_ftn1">[1]</a> O Brasil está cruzando a fronteira do Open Innovation - MIT Technology Review. MIT Technology Review - Brasil. Disponível em: &lt;<a href="about:blank">https://mittechreview.com.br/o-brasil-esta-cruzando-a-fronteira-do-open-innovation/</a>&gt;. Acesso em: 2 Feb. 2021.
<a href="#_ftnref2" name="_ftn2">[2]</a> SENSEMAKERS BY ELER. Responda rápido: o que LEGO, FIAT e P&amp;G tem em comum? Medium. Disponível em: &lt;https://medium.com/@DeniseEler/responda-r%C3%A1pido-o-que-lego-fiat-e-p-g-tem-em-comum-6a7d386fe5cc&gt;. Acesso em: 9 Feb. 2021.
<a href="#_ftnref3" name="_ftn3">[3]</a> Open Innovation. Open Innovation - Keynotes, Masterclasses &amp; Games. Disponível em: &lt;<a href="about:blank">https://www.openinnovation.eu/open-innovation/</a>&gt;. Acesso em: 9 Feb. 2021.
<a href="#_ftnref4" name="_ftn4">[4]</a> TAPSCOTT, Don. Blockchain Revolution: como a tecnologia por trás do Bitcoin está mudando o dinheiro, os negócios e o mundo. São Paulo: SENAI-SP, 2016.
<a href="#_ftnref5" name="_ftn5">[5]</a> Inovação aberta: como começar a transformação na minha empresa? Endeavor Brasil. Disponível em: &lt;<a href="about:blank">https://endeavor.org.br/open-innovation/inovacao-aberta-como-comecar-a-transformacao-na-minha-empresa/</a>&gt;. Acesso em: 9 Feb. 2021.
<a href="#_ftnref6" name="_ftn6">[6]</a> STIGLITZ, Joseph E., Economic Foundations of Intellectual Property Rights, 57 Duke Law Journal 1693-1724 (2008). Disponível em: <a href="about:blank">https://scholarship.law.duke.edu/dlj/vol57/iss6/3</a>
<a href="#_ftnref7" name="_ftn7">[7]</a> MERIT MORIKAWA. 16 Examples of Open Innovation – What Can We Learn From Them? Viima.com. Disponível em: &lt;<a href="about:blank">https://www.viima.com/blog/16-examples-of-open-innovation-what-can-we-learn-from-them</a>&gt;. Acesso em: 2 Feb. 2021.
<a href="#_ftnref8" name="_ftn8">[8]</a> CHANG, Alexandra. Deep Inside a Facebook Hackathon, Where the Future of Social Media Begins. Wired. Disponível em: &lt;<a href="about:blank">https://www.wired.com/2012/07/facebook-gears-up-next-big-thing-in-three-day-camp-hackathon/</a>&gt;. Acesso em: 2 Feb. 2021.
<a href="#_ftnref9" name="_ftn9">[9]</a> STIGLITZ, Joseph E., Economic Foundations of Intellectual Property Rights, 57 Duke Law Journal 1693-1724 (2008). Disponível em: <a href="about:blank">https://scholarship.law.duke.edu/dlj/vol57/iss6/3</a>
<a href="#_ftnref10" name="_ftn10">[10]</a> ALEXY, Oliver. Does IP Strategy Have to Cripple Open Innovation? MIT Sloan Management Review. Disponível em: &lt;https://sloanreview.mit.edu/article/does-ip-strategy-have-to-cripple-open-innovation/&gt;. Acesso em: 2 Feb. 2021.

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JOTA

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