Salvador Dahan

No dia 6 de julho, a Petrobras concluiu a oferta secundária de 37,5% das ações da BR Distribuidora detidas pela Petrobras, levantando R$ 11,36 bilhões e encerrando um processo de gestão de portfólio iniciado em 2017 com a estreia na bolsa de valores (IPO) quando a Petrobras ofertou 30% das ações da BR, seguido por nova oferta de mais 30% em 2019, quando, então, o controle da BR Distribuidora deixou de ser estatal.
A gestão de portfólio é um dos pilares da estratégia da Petrobras. Com vistas a ser uma companhia mais forte e competitiva em um ambiente de negócios cada vez mais dinâmico, não há como a companhia se esquivar de fazer escolhas, e algumas delas passam por se concentrar em ativos que geram mais valor, mais resultados, transformando desafios em oportunidade.
<a href="https://www.jota.info/produtos/tributos?utm_source=Banner%20site&amp;utm_medium=Artigos&amp;utm_campaign=CTA_Tributos_materias" rel="attachment wp-att-291213"><img class="size-medium wp-image-291213 aligncenter" src="https://www.jota.info/wp-content/uploads/2021/01/jota-pro-tributos-v2.jpg" alt="" width="300" height="300" /></a>Além de manter o foco estratégico para viabilizar a melhor alocação do capital e fortalecer nosso desempenho financeiro, a gestão ativa do portfólio também oferece alguns benefícios sob a ótica de GRC (Governança, Riscos e Conformidade) que também geram valor aos acionistas e em última análise propiciam um ambiente de negócios mais saudável.
A responsabilidade da alta administração, ao se dividir em múltiplas frentes de negócio, naturalmente perde profundidade e eventualmente cria camadas de gestão que afastam os tomadores de decisão do negócio principal. A entrada de caixa proveniente da oferta das ações da BR não apenas possibilita a redução do nosso endividamento, como também melhora o ambiente de controles internos, reduzindo a complexidade operacional, o que diminui a exposição da empresa, na medida em que focamos naquilo que sabemos fazer com excelência e segurança.
Além disso, a saída da Petrobras da distribuição e varejo, avançando para um mercado mais aberto, dinâmico e competitivo, é propício para a maturidade dos negócios e o fortalecimento da economia, caminho que vem sendo seguido pelo mercado brasileiro.
Nesse sentido, é preciso que o mercado seja flexível o suficiente para permitir a entrada de novos agentes na cadeia de valor da indústria, ao mesmo tempo em que permita aos agentes que dela já participam, se adequar a esta nova realidade, agregando valor aos acionistas, parceiros e para a sociedade como um todo.
Afinal, o ingresso de novos players contribuirá para que o mercado atue com uma diversidade de atores, fomentando o desenvolvimento e a concorrência e estimulando a inovação.
A abertura de capital e o percentual de ações em bolsa de valores também têm um importante papel na sinalização dada ao mercado acerca da estabilidade de uma empresa, o chamado free float.
Esse percentual das ações de uma empresa em circulação na Bolsa de Valores, em breve síntese, pode ser um importante indicador para a tomada de decisão de aquisição de ações de uma determinada empresa por investidores minoritários, notadamente aqueles que almejam resultados de longo prazo.
<blockquote class="jota-article__eye">Quando as ações estão mais diluídas entre acionistas minoritários, a tendência é haver uma maior estabilidade na cotação, sinalizando para um menor risco associado àquele investimento.</blockquote>
Empresas com controle pulverizado (as chamadas Corporations) devem atender a requisitos robustos de transparência e possuir modelos de governança que incorporem os interesses difusos de seus acionistas.
E nessa empreitada, conformidade e governança corporativa caminham juntas para a valorização das empresas e dos ativos de mercado, contribuindo para o aprimoramento dos controles internos e para uma maior transparência, reduzindo a assimetria de informações.
A eficácia do programa de GRC protege a reputação e a longevidade da empresa, o que permite a geração de valor sustentável. Para tanto, é importante uma abordagem integrada com a adoção de boas práticas de gestão e tomada de decisão, aprimoramento contínuo de padrões, processos e controles e principalmente cultivando uma cultura de integridade coerente e factível que permeie todos os níveis da organização, começando pela Alta Administração.
Boas práticas de governança corporativa tornam mais eficientes as relações entre os acionistas, gestores e demais partes interessadas, incluídos clientes, mercado, governo e sociedade.
Concluindo, a integridade organizacional e a governança corporativa são elementos que se somam para o bom funcionamento de uma mesma engrenagem, a organização, bem como para a financiabilidade dos mercados e fomento de um ambiente de negócio integro onde acionistas e a sociedade em geral são os grandes beneficiados
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JOTA

Boas práticas de governança corporativa tornam mais eficientes as relações entre os acionistas e gestores

O compliance na gestão ativa de portfólio

Boas práticas de governança corporativa tornam mais eficientes as relações entre os acionistas e gestores