Flávia Rahal

<p>A Associação dos Advogados de São Paulo (AASP) foi fundada em 1943 com o objetivo de fortalecer o advogado, proteger os ideais democráticos e a defesa das prerrogativas profissionais. Neste tempo todo de funcionamento, a Associação fortaleceu-se como porta-voz da sua classe, tornando-se uma referência na defesa de seus interesses, na promoção de eventos de altíssima qualidade, abrindo espaços de convivência e trazendo inovação e tecnologia ao alcance de todos. Hoje, a AASP é ainda mais essencial no cotidiano de seus mais de 80 mil associados.</p>
<p>Nos últimos anos, uma outra preocupação colocou-se como fundamental para esta Associação, altamente engajada com a necessidade de seu aprimoramento enquanto entidade de classe: a representatividade feminina. Em pleno 2020, afinal, o exercício da função legal ainda é desigual para as mulheres, que continuam a ter salários mais baixos e pouquíssimos cargos de direção e presidência em empresas e instituições.</p>
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No poder Judiciário, isso é gritante: dos 90 ministros de cortes superiores, apenas 14 são mulheres. Na Associação dos Juízes Federais (Ajufe), até hoje, nenhuma mulher ocupou a presidência. Segundo recente levantamento realizado pelo veículo jurídico <em>Migalhas</em>, “nos Tribunais de Justiça de todos os Estados brasileiros” “apenas 20% dos cargos de desembargadores são ocupados por mulheres” (<a href="http://www.migalhas.uol.br" target="_blank" rel="noopener noreferrer">www.migalhas.uol.br</a>, “Mulheres ainda são minoria em todo Poder Judiciário, apontam dados”). No Tribunal de Justiça de São Paulo, das 360 cadeiras existentes, apenas 31 são ocupadas por desembargadoras.</p>
<p>Nas instituições de classe, os dados não diferem muito. Na Ordem dos Advogados do Brasil, de 81 conselheiros federais, apenas 23 são mulheres! Isso quando se sabe que em cada canto do País é crescente o número de estagiárias e advogadas. Não por acaso o jornal Folha de S. Paulo deste sábado (29) veiculou matéria sob o título: "27 homens votarão propostas para maior representatividade de gênero na OAB-SP”.</p>
<p>Atenta para esta questão, a AASP vem alterando seus quadros para neles incluir advogadas competentes que bem representam o crescente número de mulheres profissionais na área legal. Quando fui Conselheira, eram apenas duas as mulheres entre 21 conselheiros. É por isso que a Chapa 1 – da situação - possui em sua composição quatro mulheres e três homens que passarão, se eleitos, a compor um conselho igualitário: serão 10 mulheres e 11 homens. Com isso, a entidade coloca-se no rumo certo também nesta questão tão atual e importante, que é a paridade de gêneros. Será, também, o mais importante passo para se ter uma mulher na presidência de uma das associações mais representativas do país.</p>
<blockquote class="jota-article__eye"><p>Para além de fazermos história ao escolhermos a Chapa 1, estaremos fortalecendo uma escolha por eficiência e pluralidade e pela continuidade de um trabalho de sucesso que tem no centro de suas ações o advogado, e só ele, sem se deixar tocar por interesses políticos ou brigas de poder.</p></blockquote>
<p>A AASP tem sido protagonista em tantas e tão importantes causas e seu crescimento - inclusive na expansão de seus serviços para o interior - têm demonstrado um grau de comprometimento e responsabilidade que não pode ser ignorado e, menos ainda, substituído por outras e menos relevantes motivações.</p>
<p>O momento é de olhar para o futuro e continuar a trilhar um caminho que une competência, fortalecimento, dedicação e respeito à igualdade entre os gêneros. Não podemos, enquanto sociedade, continuar a fechar os olhos para questões tão relevantes como a representatividade feminina. Ganharemos todos se a AASP, ao lado de todos os seus predicados, firmar-se também nesta direção. Daí porque a Chapa 1 me representa e, acredito, representa a todas e todos que acreditam na construção de uma sociedade mais justa e equânime.</p>
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<p><strong><em>O episódio 45 do podcast Sem Precedentes trata de dois julgamentos que irão começar no Supremo Tribunal Federal (STF) e que interferem diretamente nas relações da Corte com o governo Bolsonaro e o Congresso Nacional. Ouça:</em></strong></p>
<p>https://youtu.be/8vxcYqw2vRc</p>
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JOTA

Na Ordem dos Advogados do Brasil, de 81 conselheiros federais, apenas 23 são mulheres

Eleições da AASP: é preciso ter a consciência voltada à paridade de gênero

Mulheres na advocacia: nas eleições da AASP, é preciso ter o olhar para o futuro e a consciência voltada para a paridade de gêneros