Etienne Jacintho

Iuri Dantas

Criminal Minds é uma das séries policiais mais sombrias produzidas nos últimos anos. Porém, mesmo no meio de tanto suspense, a atração consegue arrancar do espectador alguns sorrisos – e até alguns suspiros. Isso se deve ao fato de a série ter um elenco bem entrosado que se entende não só na frente das câmeras, mas também nos bastidores. É inegável que a qualidade dos roteiros ajuda muito os atores, mas as palavras só não bastariam para suavizar cenas, muitas vezes, tão pesadas. Em Criminal Minds, quatro atores, principalmente, são os responsáveis por essa leveza: Kirsten Vangsness (Penelope Garcia), Shemar Moore (Derek Morgan), Matthew Gray Gubler (dr. Reid) e A.J. Cook (Jennifer Jareau).
Joe Mantegna também contribuiu para compor melhor esse elenco, após a saída de Mandy Patinkin, logo na segunda temporada. Nesta 11ª temporada, Shemar Moore se despediu da série. E, para mim, Derek Morgan é insubstituível. O que seria de Criminal Minds sem os diálogos de Morgan e Garcia? Quem não torceu para que os dois tivessem um lance? E quem não adorou a ideia de esse amor continuar apenas no plano da imaginação? 
Fato é que entre chegadas e partidas, idas e vindas de personagens, Criminal Minds não perdeu o fôlego em 11 anos no ar. Apareceu com uma inovação entre as séries policiais – algo difícil numa época em que esse tipo de atração estava proliferando por aí – e manteve-se firme sem se tornar repetitiva ou entediante. E, afirmo mais uma vez: é tudo uma questão de entrosamento do elenco. O público percebe isso e responde bem. Talvez por isso, Criminal Minds: Suspect Behavior, o primeiro spin-off lançado em 2011, mesmo tendo Forest Whitaker e Janeane Garofalo no elenco, não deu certo. A CBS cancelou o show logo após sua estreia e nem ao menos chegou a exibir a primeira temporada completa.
[caption id="attachment_43462" align="aligncenter" width="300"]<a href="/wp-content/uploads/2016/06/CRIMINALMINDSBEYONDBORDERS_Y1_D101-F001_140310_0723.jpg" rel="attachment wp-att-43462"><img class="size-medium wp-image-43462" src="/wp-content/uploads/2016/06/CRIMINALMINDSBEYONDBORDERS_Y1_D101-F001_140310_0723-300x200.jpg" alt="CRIMINAL MINDS: BEYOND BORDERS - &quot;Pilot&quot; - &quot;Criminal Minds: Beyond Borders&quot; airs on CBS. (ABC Studios/Robert Voets) GARY SINISE" width="300" height="200" /></a> Gary Sinise - Crédito ABC Studios/Robert Voets[/caption]
Além da fronteira
A CBS, porém, não desistiu de emplacar uma nova franquia de sua bem-sucedida série e produziu Criminal Minds: Beyond Borders, em cartaz no AXN. No spin-off, Gary Sinise (ex-chefe de CSI: NY) é Jack Garrett, detetive amigo de David Rossi – papel de Joe Mantegna na série original -, que chefia uma equipe de analistas que viaja o mundo para ajudar americanos em perigo além da fronteira estadunidense. Fazem parte da equipe, a médica forense Mae Jarvis (Annie Funke); os agentes Matt Simmons (Daniel Henney) e Clara Seger (Alana de la Garza); e o analista Russ Monty, interpretado por Tyler James Williams, de Everybody Hates Chris, a versão masculina de Penelope Garcia. 
O escritório da equipe de Criminal Minds: Beyond Borders é o avião e Monty é o único que fica em solo americano. Além de invadir computadores e procurar informações no mundo virtual, ele também é o responsável por conversar com os parentes das vítimas para encontrar informações que possam ser úteis para a equipe que está em campo.
O primeiro episódio da franquia, na Tailândia, é fraco. Com tanta informação para passar ao espectador, o episódio se perde e tudo acontece depressa demais. Há tudo ali menos um perfil psicológico claro sobre o assassino. Para que tudo fosse bem explicado, o primeiro episódio poderia ser duplo. Seria muito mais eficaz. O segundo episódio, sobre o tráfico de órgãos na Índia, também é um pouco corrido demais. Nada fica muito claro. No entanto, as coisas começam a caminhar melhor a partir do terceiro capítulo, no Egito. O quarto episódio, no Japão, também tem pontos muito fortes, que trazem mais lembranças do Criminal Minds original.  
[caption id="attachment_43463" align="aligncenter" width="300"]<a href="/wp-content/uploads/2016/06/CRIMINALMINDSBEYONDBORDERS_Y1_D101-F001_140311_0489.jpg" rel="attachment wp-att-43463"><img class="size-medium wp-image-43463" src="/wp-content/uploads/2016/06/CRIMINALMINDSBEYONDBORDERS_Y1_D101-F001_140311_0489-300x200.jpg" alt="CRIMINAL MINDS: BEYOND BORDERS - &quot;Pilot&quot; - &quot;Criminal Minds: Beyond Borders&quot; airs on CBS. (ABC Studios/Trae Patton) ANNIE FUNKE, ALANA DE LA GARZA, GARY SINISE, DANIEL HENNEY" width="300" height="200" /></a> Annie Funke, Alana de La Garza, Gary Sinise e Daniel Henney - Crédito ABC Studios/Trae Patton[/caption]
Apesar da melhora gradual dos episódios da nova série, alguns detalhes ainda deixam a desejar. Seria muito melhor começarem a dar mais informações sobre a vida pessoal de cada um dos personagens. Quem é Jack Garrett? O que aconteceu na vida de Clara? Que traumas ela carrega?  Sabemos que Matt morou em diversos países. Porém, o que mais molda sua personalidade? Os roteiristas deveriam instigar mais a curiosidade do público acerca da vida pessoal dos novos agentes. Afinal, hoje em dia, não basta apenas mostrar uma cena de crime e sua solução. É preciso mais para fisgar o público cada vez mais exigente. É preciso haver um diferencial, além da diversidade de paisagens. 
Apesar de todas as críticas, Criminal Minds: Beyond Borders vale um voto de confiança. Quem quiser conferir, a série vai ao ar todas as quartas-feiras, às 22 horas, no AXN.
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ANNIE FUNKE, ALANA DE LA GARZA, GARY SINISE, DANIEL HENNEY

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A nova franquia de Criminal Minds, "Beyond Borders"

AXN exibe tentativa de spin-off dos analistas de perfis criminais