Sergio Gusmão Suchodolski

O aquecimento global causa danos irreversíveis ao meio ambiente e impõe à sociedade imensos desafios para reverter esse quadro. Relatório divulgado em fevereiro pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC), da Organização das Nações Unidas (ONU), mostra que o colapso de ecossistemas, a extinção em massa de espécies, ondas de calor fatais e enchentes estão entre os perigos inevitáveis que o mundo enfrentará nas próximas décadas se continuarmos no curso atual de emissões. O relatório deixa claro que governos, setor privado e sociedade civil precisam cooperar para combater todos esses problemas, principalmente no que tange ao uso insustentável de recursos naturais.
Diante desse cenário extremamente preocupante, é fundamental encarar a situação com a urgência que ela exige. O Brasil precisa liderar esse movimento em defesa do combate às <a href="https://www.jota.info/tudo-sobre/mudancas-climaticas">transformações climáticas</a> e da sustentabilidade, a fim de contribuir para o efetivo cumprimento dos <a href="https://brasil.un.org/pt-br/sdgs">Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030</a> da ONU. A ação é independente de governos ou ideologias políticas. Afinal, o país é signatário do Acordo de Paris e da Agenda de Ação de Adis Abebba, acordos históricos firmados entre os principais países do mundo para reduzir o aquecimento global e financiar a nova agenda de desenvolvimento da ONU, em sintonia com a realidade mundial.
Entramos na década decisiva para o cumprimento dos 17 ODS e não há mais tempo a perder. É imperativo ampliar o investimento público e privado em <a href="https://www.jota.info/tudo-sobre/sustentabilidade">projetos sustentáveis</a> em áreas como energia renovável, iluminação pública, saneamento, cidades inteligentes, saneamento, gestão de recursos sólidos e água. Também se faz necessário a redução do uso de combustíveis fósseis e a substituição gradativa para combustíveis verdes e não poluentes.
Ao lado das principais lideranças mundiais, participei no final ano passado da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima de 2021, a <a href="https://www.jota.info/tudo-sobre/cop-26">COP 26</a>, em Glasgow. Na ocasião, as instituições financeiras de desenvolvimento ganharam protagonismo e estiveram no centro das discussões da conferência. Isso porque essas instituições têm um papel central na captação de recursos e financiamentos a projetos sustentáveis, que podem ser realizados tanto pelo setor público, quanto pelo privado, através de concessões ou parcerias público-privadas.
No Desenvolve SP estamos trabalhando ativamente para ampliar os desembolsos para projetos sustentáveis. A nossa meta para este ano é atingir pelo menos 50% da carteira de crédito com ações que beneficiem o meio ambiente. Para a liberação dos recursos todos os projetos têm que comprovar a adoção de critérios sustentáveis. E o financiamento, por seu turno, tem a compreensão do ritmo e dos riscos envolvidos em empreendimentos que buscam o cumprimento dos ODS.
Portanto, é inegável que estamos diante de um dos maiores desafios da nossa geração e que terá impactos diretos na vida como conhecemos hoje. Se nada for feito, as gerações futuras estão seriamente ameaçadas. Nesse contexto, é fundamental estarmos comprometidos com a agenda climática e com as responsabilidades relacionadas às mudanças do nosso tempo, do século XXI.
O Brasil não pode perder as oportunidades surgidas nesse cenário global disruptivo, que está redesenhando o modelo de desenvolvimento vigente. Principal país da América Latina e potência ambiental por seus recursos naturais, o Brasil deve assumir a dianteira e conduzir a região a uma economia verde e sustentável. Entretanto, para que isso ocorra, todos os atores dessa transformação precisam assumir as responsabilidades e atuar em conjunto para acelerar as transformações na sociedade. Nada é da noite para o dia, mas é preciso apressar o passo nessa caminhada.

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JOTA

Estamos diante de um dos maiores desafios da nossa geração e que terá impactos diretos na vida como conhecemos

Desafios climáticos e ambientais exigem avanço de investimentos em projetos sustentáveis

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