Thiago Falda

Acabamos de acompanhar um dos mais importantes encontros de líderes globais de toda a história moderna, a COP 26. Afirmo isso pois, sem dúvida, as decisões tomadas impactam o futuro da humanidade, incluindo a possibilidade de sua existência futura e como será esse modo de vida daqui algumas décadas.
Para algumas pessoas, o resultado da conferência pode ter parecido tímido, mas entendemos que são movimentos que tentam consensos de diversos países e interesses. O fato é que decisões importantes foram tomadas e devemos saber aproveitar as oportunidades que se abrem.
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Destaco dois pontos especiais: a conclusão do acordo sobre mercado mundial de carbono e a intenção de redução gradativa dos subsídios do consumo de combustíveis fósseis.
O acordo sobre o mercado mundial de carbono é, sem sombra de dúvidas, uma das maiores oportunidades de desenvolvimento que o Brasil já encontrou em sua história. Concordo com o ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama, que chamou o Brasil para assumir o papel de liderança nas mudanças climáticas, pois temos todas as condições para sermos um dos maiores “vendedores” de crédito de carbono e desenvolvedores de tecnologias inovadoras de descarbonização. Talvez a grande lição de casa para os brasileiros seja responder à pergunta: o que mais precisamos fazer para assumir nosso protagonismo mundial nas questões ambientais?
Da forma como foi constituído o texto, os países desenvolvidos vão precisar comprar créditos de carbono de outras nações para atingirem as metas traçadas. Com o devido planejamento, o Brasil conseguirá investir em novas tecnologias e ampliar exponencialmente sua capacidade descarbonizante. Temos área, biodiversidade, clima, técnicas e empresas dispostas a abraçar o modelo. Falta, ainda, uma regulamentação nacional sobre o tema, mas é algo que está em estágio avançado de discussão no Congresso Nacional.
Sobre o segundo destaque da COP 26, a intenção de redução gradativa dos subsídios do consumo de combustíveis fósseis, novamente vejo como oportunidade para o Brasil. A geração de bioenergia já é uma realidade no país com tecnologias de ponta, com aproveitamento de resíduos, como no caso do etanol de segunda geração, por exemplo. Largamos na frente nesse assunto, pois quando o mundo abastecia seus carros somente com gasolina e diesel, já tínhamos uma frota expressiva de motores a etanol. Do etanol para outras fontes energéticas de origem vegetal, e dos veículos para outras finalidades, foi uma evolução movida pela iniciativa do governo federal, ao instituir o Proálcool, pela visão de empresários e habilidade de pesquisadores.
Além desses dois destaques, outros pontos mencionados no documento final da COP 26 também geram oportunidades de negócios para o meio ambiente ao serem devidamente remuneradas pelo mercado de créditos de carbono. Cito como exemplo o acordo para redução da emissão de metano na atmosfera.
O fato que quero destacar é que há um ciclo virtuoso de que inovação gera competitividade, que gera desenvolvimento econômico e propicia inovação, fechando o ciclo. Isso tem funcionado há décadas nos países desenvolvidos e vai funcionar no Brasil. Temos uma agenda positiva e os recursos necessários nas mãos. Vejo dentro das empresas associadas à Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI) uma riqueza imensa de possibilidades prontas ou prestes a serem lançadas.
Tecnologias essas que podem revolucionar a forma como utilizamos os recursos naturais com sustentabilidade e, adicionalmente, gerar riquezas financeiras com consequente avanço social e econômico.
Esse é o momento da virada que tanto se esperava. A ocasião em que a inovação é capaz de aliar crescimento econômico com sustentabilidade ambiental.

meio ambiente

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JOTA

Este é o tão esperado momento em que a inovação pode aliar crescimento econômico com sustentabilidade ambiental

A COP 26 como grande oportunidade para o Brasil

COP 26 mostrou que este é o tão esperado momento em que a inovação pode aliar crescimento econômico com sustentabilidade ambiental