Diego Pereira

2023 será um ano chave para a questão climática no Brasil e no mundo.
Desde já alerto que estou mais inclinado às previsões das ciências do que de qualquer outro saber místico.
Previsibilidade, assertividade, metodologia e soluções como produtos do fazer científico, leva-nos à conclusão de que ou os poderes públicos fazem uso desse conhecimento ou estaremos fadados a tempestades, secas, enchentes, nevascas, tremores, calores e frios sem precedentes mundo afora.
Do outro lado, o mercado também tem uma grande missão pela frente: consumo includente, redução na emissão de gases que implicam no efeito estufa e colocar em prática a sistemática <a href="https://www.jota.info/tudo-sobre/esg">ESG</a> para além de sua inclusão na missão institucional das companhias.
2023 será um ano-chave porque o mundo parece ter entendido, em 2022, a gravidade da emergência climática.
O Norte Global experimentou nevascas, calor intenso, incêndios, problemas no fornecimento de energia e na agricultura. O Sul Global, por sua vez, viu a fome aumentar e a poluição alcançar números assustadores à medida que a condição de vida de seu povo não melhorou após enxurradas de dinheiro na pandemia.
2022 parecia não acabar para vítimas de chuvas e enchentes, por exemplo, do natal de 2021 ao natal de 2022.  A ficção do tempo que nos conforta enquanto humano, não atinge de igual modo a natureza que sempre aproveita o espírito natalino para responder e os mais afetados são sempre os mesmos: os mais vulneráveis.
Ao poder público, a seriedade que lhe cabe ao implementar políticas públicas. Somente assim, com transversalidade, transparência e orçamento o clima será prioridade na esfera pública.
Ao mercado, a responsabilidade que deve recair sobre aqueles que exploram bens naturais e os transformam em recursos naturais, desde as madeiras mais nobres à poluição do ar.
A escrita é uma arte em permanência, em construção. A crônica climática do Brasil e do mundo precisa ser reescrita como tarefa inacabada que é, mas o tinteiro que traceja um novo capítulo no protagonismo ambiental não pode constituir retórica política.
É necessário o uso da ciência, a disponibilidade de orçamento e a valorização de profissionais técnicos que lidam com a matéria. Ou então 2022 será apenas um prenúncio de um tormento que não se findou.

Mudança climática

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JOTA

De que forma é possível mudar o destino de horror que cerca a questão climática?

A crônica de um futuro climático incerto

De que forma é possível mudar o destino de horror que cerca o futuro climático do Brasil e do mundo como um todo?