Raquel Alves

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pôs fim ao mistério em torno da data do julgamento da presidente afastada Dilma Rousseff. Depois do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do processo na Casa Revisora, Ricardo Lewandowski, anunciar em nota no final de semana que o calendário “acordado” previa o início do julgamento somente dia 29, o peemedebista afirmou que a sessão plenária para decidir se a presidente afastada cometeu crime de responsabilidade será aberta dia 25.
O calendário pode, segundo Renan, ser adiado por 24 horas, a depender do fim da análise do parecer da pronúncia pelo plenário do Senado. A votação do parecer Antonio Anastasia (PSDB-MG) pelo conjunto dos senadores está marcada para dia 9, mas pode atravessar a noite e ser concluída somente no dia seguinte. E como a expectativa é de ao menos cinco dias de sessão, a votação final deve ser realizada dia 29 ou 30 de agosto.
O cronograma é bom para o presidente interino, Michel Temer, que planeja participar da Cúpula do G20 na China nos dias 4 e 5 de setembro já como chefe de Estado e Governo definitivo. Renan, no entanto, Renan anunciou a contragosto que o Senado trabalhará nos finais de semana “se assim for necessário” para concluir o julgamento.
Já o presidente do STF, procurado pelo presidente da comissão processante, Raimundo Lira (PMDB-PB) para uma conversa sobre os prazos do processo, recusou-se a definir uma data de início do processo. Seria uma manifestação de mérito antecipada que colocaria em risco sua imparcialidade no processo, já que o parecer Anastasia sequer foi votado pela comissão processante.
Mais do que isso, o presidente do STF recusou-se a comprar a tese do trabalho nos dias 27 e 28 de agosto. “Não haverá sessão no final de semana”, sintetizou. Se assim for, o calendário de Temer fica comprometido, mas mão ferido de morte. Iniciado o julgamento dia 25 ou 26, com a pausa de fim de semana, a votação final deve ser entre 30 e 1º de setembro. A tempo da viagem ao G20.

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JOTA

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