Márcio Falcão

As investigações da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal sofreram um novo revés. Considerado o braço direito do ministro Teori Zavacki, o juiz auxiliar Márcio Schiefler Fontes indicou à Presidência da Corte que encerrou suas atividades no tribunal. Com isso, ele volta a atuar na Justiça de Santa Catarina.
Schiefler acompanhou o ministro, morto em acidente aéreo no dia 19, na condução das investigações do esquema de corrupção da Lava Jato desde o início, em 2014. Segundo interlocutores, ele era muito próximo de Teori e tinha um perfil muito parecido com o do ministro.
A saída do juiz pode ter impacto significativo nas investigações, especialmente no ritmo dos desdobramentos e da atualização do novo relator da Lava Jato. Isso porque ele, agora, é considerado o principal arquivo da operação, com a memória de todas as suas fases no STF. Discreto, Schiefler também tem bom trânsito com a Procuradoria-Geral da República.
A presidente do STF, Cármen Lúcia, no entanto, trabalha para que seja articulada pelo menos uma espécie de transição para permitir que o novo relator, que pode ser escolhido por sorteio nesta quarta-feira (1), seja orientado.
Na semana passada, inclusive, foi Schiefler e mais dois juízes instrutores que conduziram as audiências com delatores da Odebrecht e ajudaram Cármen Lúcia nas homologações dos acordos de colaboração premiada.
Além de Schiefler, a equipe de Teori era composta por mais dois juízes: Paulo Marcos de Farias, que comandava a vara do Tribunal do Júri de Florianópolis, e Hugo Sinvaldo Silva da Gama Filho, juiz federal substituto da 13ª Vara da Seção Judiciária de Goiás, onde julgava sobretudo ações previdenciárias e criminais de menor gravidade.  Os dois começaram a atuar na Lava Jato em 2016 e já atuaram na delação da Odebrecht.
Teori tinha uma equipe maior em seu gabinete por causa dos casos relacionados à corrupção na Petrobras, sendo que normalmente os integrantes do tribunal têm dois magistrados à disposição.
Os cargos de juiz auxiliar e instrutor são considerados de confiança. É praxe que os ministros do STF formem sua própria equipe de juízes auxiliares.

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JOTA

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