A Secretaria de Segurança do Supremo Tribunal Federal (STF) encontrou um aparelho de escuta ambiental no gabinete do ministro Luís Roberto Barroso no dia 11 de abril. O dispositivo foi localizado dentro da caixa do ramal de telefone que fica embaixo da mesa do ministro e estava desativado.
Em entrevista a jornalistas, nesta terça-feira (17/5), o ministro Barroso afirmou estar tranquilo quanto as gravações e garantiu que não há risco de ter sido gravado “nada de errado”. Ele criticou o fato de alguém ter tido a “ousadia” de colocar um grampo no gabinete de um ministro do STF. “É uma desfaçatez absoluta”, afirmou.
O ministro foi relator da ação que definiu o rito de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. Ele também relatou as execuções penais dos condenados no processo do mensalão.
O gabinete é localizado no quarto andar de um dos anexos do STF que antes era ocupado pelo então ministro Joaquim Barbosa, hoje aposentado.
A escuta foi encontrada durante uma varredura de rotina realizada pela equipe de segurança da Corte. Ainda não há informações sobre se alguma conversa foi interceptada.
Segundo a assessoria de imprensa do STF, agora acontece uma investigação preliminar interna conduzida pela própria equipe de segurança do tribunal. A Polícia Federal ainda não foi acionada.
“Do ponto de vista institucional é gravíssimo ter a ousadia de colocar um grampo no gabinete de um ministro do Supremo. É uma desfaçatez absoluta. Do ponto de vista pessoal, eu estou totalmente tranquilo e confortável. Aqui recebo pessoas em audiência e converso com os meus assessores sobre os processos. Então a gravidade é alguém saber por antecipação o que eventualmente eu estou pensando em fazer em um processo. Fora isso, aqui é um espaço totalmente republicano. De modo que não há risco de ter aparecido qualquer coisa errada”, disse o ministro.
Barroso afirmou ainda que não tem receio de que informações sigilosas ou antecipadas venham a público porque escreve os votos em sua casa. "Aqui [no gabinete] só faço audiências e reuniões”.
Ele foi categórico sobre a descoberta da escuta: “Nada no Brasil de hoje surpreende”. 
Essa não foi a primeira vez que uma escuta foi encontrada no STF. Em 2008, a revista Veja publicou denúncias de gravação de um telefonema entre o então presidente do STF Gilmar Mendes e o ex-senador Demóstenes Torres.
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JOTA

Ainda não há confirmação se alguma conversa foi interceptada

STF encontra escuta ambiental no gabinete de Luís Roberto Barroso

Ainda não há confirmação se alguma conversa foi interceptada