Segunda maior rebelião em número de vítimas em presídio depois do massacre do Carandiru, em 1992, a briga entre facções criminosas rivais no maior presídio do Amazonas deixou pelo menos 60 mortos, nesta segunda-feira (2/1), em Manaus (AM). O confronto durou cerca de 15 horas e foi motivada por uma briga entre as facções Família do Norte e PCC.
Em 1992, o massacre do Carandiru deixou 111 presos mortos na casa de detenção. Em 2002, o motim no presídio de Urso Branco, em Porto Velho (RO), deixou 27 mortos. O episódio levou o Brasil a julgamento pela Corte Interamericana de Justiça. E em 2004 uma rebelião no Rio de Janeiro, na Casa de Custódia de Benfica, resultou na morte de 31 pessoas.
Os presos envolvidos na rebelião desta segunda-feira estavam detidos em sistema de regime fechado do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj). No confronto, 12 funcionários de uma empresa terceirizada foram mantidos reféns, mas liberados após a rebelião sem ferimentos. Outros 74 detentos também foram mantidos reféns. O número de detentos feridos ainda não foi divulgado.  
Os primeiros sinais da rebelião foram registradas por volta das 16h de domingo (1/1), quando, de acordo com as investigações iniciais, os presos da facção Família do Norte teriam rendido os agentes e ocupado os pavilhões. Antes, o Instituto Penal Antônio Trindade (IPAT) registrou a fuga de 87 presos. Autoridades ainda investigam se os eventos estão relacionados.
O secretário Estadual de Segurança Pública Sérgio Fontes informou que a atuação dos órgãos de Segurança será para investigar e penalizar os autores dos assassinatos, manter a ordem nas demais unidades prisionais, recapturar os presos foragidos e garantir a segurança da cidade no geral.
Inicialmente, o Ministério da Justiça informou que não havia previsão de uma visita do ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes. No início da tarde, a assessoria do órgão informou que Moraes deve ir ainda hoje a Manaus para avaliar a situação do Complexo Penitenciário Anísio Jobim. Moraes e o diretor do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), Marco Antonio Severo, vão se reunir à noite com o governador do Amazonas, José Melo de Oliveira. 
O Ministério da Justiça e Cidadania informou que o governador do Amazonas, José Melo de Oliveira utilizará os R$ 44,7 milhões de repasse que o Fundo Penitenciário do Amazonas recebeu do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen), na última quinta-feira (29), para “sanar os problemas”, da unidade.
O valor foi destinado aos governos estaduais, com exceção da Bahia e Ceará, para  investimento no sistema prisional. Ao todo, o Ministério da Justiça liberou R$ 1,2 bilhão ao Funpen.
CNJ
Desde que assumiu a presidência do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em setembro de 2016, a ministra Cármen Lúcia prometeu priorizar o trabalho em prol da melhoria do sistema carcerário do país. A ministra já visitou algumas unidades da Federação.
Procurado, o CNJ informou que apenas a assessoria de imprensa poderia falar se alguma providência será tomada sobre a rebelião no Amazonas, no entanto, não foi encontrado nenhum assessor no local por conta do recesso.

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JOTA

Motim é o maior em número de vítimas em presídios desde o massacre do Carandiru em 1992

Segunda maior rebelião do país deixa 60 mortos no AM

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