Mariana Muniz

A defesa do ex-presidente José Sarney, em petição protocolada nesta quinta-feira (9/6), pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que seja instaurada uma investigação para punir os responsáveis pelo vazamento de gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado – nas quais aparece conversando com Sarney.
Dirigindo-se ao ministro Teori Zavascki, a defesa do ex-presidente da República, coordenada pelo escritório de Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, reagiu ao vazamento de informações sobre os pedidos de prisão, feitos pela Procuradoria Geral da República, de Sarney, do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e do senador Romero Jucá (PMDB-RR).
Segundo reportagem do jornal “O Globo” de terça-feira (7), a PGR pediu ao STF a prisão domiciliar de Sarney, com monitoramento eletrônico e uso de tornozeleira, por suspeita de tentar atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato
Na petição, os advogados de Sarney pedem também acesso às gravações e à delação premiada de Machado. A justificativa seria a elaboração de defesa antes que o STF delibere sobre o pedido de prisão.
“É de pleno conhecimento deste Supremo Tribunal Federal e do país inteiro o criminoso vazamento, com a subsequente divulgação pela imprensa, de áudios gravados pelo delator Sérgio Machado, bem como de pedidos extremos de constrição cautelar formulados pelo Procurador-Geral da República em desfavor do ex-presidente da república ora peticionado, do presidente do Senado federal e de um Senador da República”.
Para a defesa, as circunstâncias das gravações de Machado ocorreram de maneira “obscura e desconhecida” e o vazamento teria o objetivo de “constranger” os ministros da corte para que decretem as prisões.
A defesa, em referência aos vazamentos, desconhecer “se – quando das gravações – o delator Sérgio Machado já estava em meio a negociações de delação premiada".
"Não se tem notícia da motivação imediata do delator para realizar as gravações; se foi uma decisão autenticamente voluntária, intima e pessoal; se houve algum tipo de determinação ou sugestionamento por autoridade investigativa nesse sentido; se houve alguma contrapartida investigativa em troca da realização das gravações; ou mesmo se as gravações foram feitas no contexto de algum tipo de ‘ação controlada’, atuando o delator como ‘agente infiltrado’", argumenta o documento.
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JOTA

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