A realização de buscas pela Polícia Federal em endereços ligados ao PMDB durante a operação Catilinárias na terça-feira (14/07) pode antecipar os planos do partido de desembarcar do governo.
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Embora parte da sigla defenda cautela e afirme não ser bom esse tipo de discussão no “calor do momento, de cabeça quente”, esse será o principal assunto da reunião da Executiva Nacional que ocorre nesta quarta-feira (16/12).
Defendida por parte do partido há algum tempo, a estratégia começou a ser colocada em prática com a saída de Eliseu Padilha da Secretaria de Aviação Civil.
Como informou o JOTA na semana passada, a carta que o vice-presidente, Michel Temer, enviou a presidente Dilma Rousseff com uma série de reclamações sobre a forma como vem sendo tratado no governo, complementava o plano, em mais uma demonstração do distanciamento peemedebista.
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<h4>Plano se encerra com o desembarque total do PMDB</h4>
O plano, contudo, se encerra com o desembarque total do PMDB. Temer, Padilha e o ex-ministro Moreira Franco têm discutido o assunto insistentemente.
A barganha
A ideia passa por uma fase inicial de colocar os cargos à disposição do governo que, imagina-se, vai resistir à saída de seu maior aliado e tentar barganhar “a todo custo” – nas palavras de um peemedebista – a manutenção do apoio.
O passo seguinte seria a formalização do desembarque, com as demissões, o que só viria após a Convenção Nacional do partido, até então marcada para março de 2016, mas que deve ser antecipada para fim de janeiro, início de fevereiro.
Por enquanto, o plano ainda está em discussão no núcleo duro de Temer. Padilha e Franco, além de articular isso, têm mantido conversas com parlamentares para pedir pressa na tramitação do impeachment assim que o Supremo Tribunal Federal (STF) liberar a continuidade do processo da Câmara.
Nesta quarta-feira, esse traçado será levado para os demais membros da Executiva, formada por um total de 15 peemedebistas.
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Liderança
A reunião da Executiva, que pode ser convocada a qualquer tempo, foi decidida entre Eduardo Cunha e Temer, inicialmente para tratar das tentativas do ex-líder peemedebista na Câmara, Leonardo Picciani (RJ) de retomar a liderança.
Ao se aliar ao governo, Picciani foi destituído na semana passada após uma ala pró-impeachment de Dilma Rousseff recolher 35 assinaturas e conseguir removê-lo. O movimento colocou em seu lugar Leonardo Quintão (MG), aliado de Cunha.
Cunha e Temer sempre tiveram uma relação próxima, mas têm se aproximado cada vez mais após a deflagração do processo de impeachment pelo presidente da Câmara.
Após deixar a Casa na noite de segunda-feira (14/12), o deputado seguiu para o Palácio do Jaburu, para conversar com o vice sobre estratégias para barrar novas filiações partidárias ao PMDB sem a aprovação da cúpula, uma das linhas que tem sido usadas por Picciani para retomar o comando do partido na Câmara.
Antes da visita, porém, foi alertado por assessores de que corriam boatos sobre uma grande operação da PF visando políticos. Deu de ombros inicialmente.
Catilinárias
Preocupado, acordou na terça (14) mais cedo que o normal e abriu a portar aos 12 policiais federais que recolheram documentos de diversos dispositivos eletrônicos em sua residência oficial. Três celulares seus foram levados durante a Operação Catilinárias.
Há uma ala de senadores peemedebistas que, apesar de concordarem com o que chamam de “série de coincidências” na operação da PF, são cautelosos sobre esse distanciamento do Planalto.
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No entanto, presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que até então dava provas de aparente fidelidade ao governo, com defesa pública do adiamento do recesso parlamentar e convocação de sessões do Congresso para votar assuntos de interesse, também foi indiretamente atingido pela Catilinárias.
A Procuradoria-Geral da República chegou a pedir buscas na residência oficial de Renan, mas o ministro Teori Zavascki, do STF, negou. A ação chegou ao diretório de Alagoas, dirigido por Renan.
A suspeita sobre seu berço político mudou o ânimo de Renan, segundo aliados. Eles afirmam que o presidente do Senado ficou irritado ao saber da operação e que, ao menos nos bastidores, mudará os rumos das conversas.
Também alvo da Catilinárias, o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, lidera a ala nordestina do PMDB pelo afastamento do Palácio do Planalto, embora negue publicamente apoiar o desembarque do partido e diga que só deixará o governo caso a maioria delibere nesse sentido.
Enquanto isso, Cunha, que já anunciou publicamente seu distanciamento em julho, e Celso Pansera, ministro da Ciência e Tecnologia, lideram a ala anti-governo Dilma no Sudeste.
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JOTA

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