O deputado federal Nelson Meurer (PP-PR) e seus dois filhos, Nelson Meurer Júnior e Cristiano Meurer, agora são réus na operação Lava Jato e vão responder por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no Supremo Tribunal Federal.
A 2ª Turma do STF aceitou a denúncia contra os três na sessão desta terça-feira (21/6). E agora uma ação penal será aberta contra os acusados. 
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou na denúncia que o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o Partido Progressista (PP) receberam, ao todo, R$ 357,9 milhões de propina da Petrobras. E que, Costa atuava como operador do partido na Petrobras. Além de Meurer, o procurador também denunciou os dois filhos dele, por intermediarem o recebimento dos valores indevidos.
Na denúncia apresentada ao STF, Janot apresentou provas colhidas nas investigações de que o PP recebeu R$ 62 milhões do esquema, em repasses feitos por empresas fictícias operadas pelo doleiro Alberto Youssef.
O deputado Nelson Meurer teria obtido para si, entre 2006 e 2014, R$ 29 milhões desse total, como integrante da cúpula do partido. Além disso, teria recebido R$ 4 milhões em espécie para sua campanha e outros R$ 500 mil na forma de doações eleitorais da construtora Queiroz Galvão.
Ainda conforme o MPF, os valores foram pagos por meio de entregas de dinheiro ao deputado (em mãos ou em contas bancárias) ou aos dois filhos dele.
O deputado Nelson Meurer está na sua sexta legislatura e é membro do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Foi um dos nove que votaram contra o relatório favorável à cassação do mandato do presidente afastado da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
A denúncia foi recebida pelos ministros da 2ª Turma por unanimidade. O relator, ministro Teori Zavascki, afirmou, inicialmente, tratar-se apenas de recebimento de denúncia e não de um juízo condenatório. Ele logo afastou o pedido de nulidade do processo levantada pela defesa.
No voto, Zavascki afirmou que os delitos foram praticados em circunstâncias distintas, e a peça acusatória foi bem dividida em diversos momentos e contextos.
Para o ministro Gilmar Mendes, esse tipo de prática  por partidos políticos, sobretudo os de apoio de governo, traduz um novo formato de capitalismo: o capitalismo de Estado, em que o poder público tem uma força muito grande na economia. Além disso, ele afirmou que está sendo fundado a ideia de que o partido é dono ou sócio.
"Temos que refletir sobre isto, porque quando se fala em propina, em forma de doação, o processo eleitoral passa a ser um meio de lavagem de dinheiro. Criamos de novo um modelo institucional perverso, mais ou menos original. Há uma fusão mental entre o partido e o Estado", afirmou.

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JOTA

Eles vão responder por corrupção passiva e lavagem de dinheiro

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