Redação JOTA

O juiz federal Sergio Moro e a defesa do ex-presidente Lula protagonizaram um novo embate, desta vez, no Tribunal Regional Federal da 4ª Região. O motivo: acesso às delações da Odebrecht.
Em ofício enviado ao relator da Lava Jato no TRF4, Gebran Neto, Moro informou que os advogados de Lula tiveram acesso aos termos da colaboração do empresário Emílio Odebrecht e do executivo da empreiteira Alexandrino de Salles Ramos Alencar. De acordo com o juiz, o advogado Cristiano Zanin Martins acessou as informações antes dos depoimentos dos dois nesta segunda na ação penal na qual o petista é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro em suposto esquema com a Odebrecht.
Segundo Moro, a movimentação da defesa ocorreu nos dias 31 de maio e 1º junho.
A discussão foi levada por Zanin ao TRF4 em pedido de habeas corpus sob argumento de que as mídias das delações de Odebrecht e Alencar foram anexadas aos autos do processo pouco antes da audiência – o desembargador Gebran Neto acolheu o pedido da defesa de Lula e mandou refazer os depoimentos dos empresários
“Apesar da defesa de Luiz Inácio Lula da Silva não ter aberto a intimação eletrônica, consta, nos registros eletrônicos, que o advogado Cristiano Zanin Martins acessou o processo e ainda especificamente os depoimentos”, escreveu Moro.
“Não aparenta corresponder à realidade a afirmação do advogado Cristiano Zanin Martins de que foi surpreendido na audiência de 05/06/2017, já que os registros eletrônicos do sistema informam que teve acesso à prova com relativa antecedência, em 31/05/2017 e 01/06/2017”, diz o ofício.
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Para o juiz, os fatos alegados pelos advogados de Lula, “não são lamentavelmente verdadeiros”. 
“Assim, salvo melhor explicação por parte da defesa, não aparenta corresponder à realidade a afirmação do advogado Cristiano Zanin Martins de que foi surpreendido na audiência de 5 de junho de 2017, já que os registros eletrônicos do sistema informam que teve acesso à prova com relativa antecedência, em 31 de maio e 1.º de junho”, pondera o juiz. “Salvo melhor explicação, os fatos afirmados na impetração pelos advogados, de que a defesa teria sido surpreendida em 5 de junho de 2017, não são lamentavelmente verdadeiros”, completou.
Em meio ao desentendimento, Moro marcou novos depoimentos de Emílio Odebrecht e Alexandrino Alencar para segunda-feira, como determinou TRF4.

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JOTA

Juiz: não são lamentavelmente verdadeiras afirmações de que advogados não acessaram depoimentos

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