São quatro os procedimentos que correm no Supremo Tribunal Federal contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao todo, Lula aparece em uma denúncia, dois inquéritos e um procedimento que chegou na Corte pela Justiça do Paraná. 
O passo mais recente aconteceu na terça-feira (03/05), quando Lula foi denunciado por ter atrapalhado as investigações da operação Lava Jato para tentar evitar a delação do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. 
Nesta mesma denúncia, apresentada em dezembro, estão o senador Delcídio do Amaral, o banqueiro André esteves, Diogo Ferreira, Edson Ribeiro, o empresário José Carlos Bumlai e seu filho Maurício Bumlai. 
O inquérito tramita de forma oculta na Suprema Corte e surgiu a partir de uma gravação em que o senador Delcídio citava o banqueiro  André Esteves como sendo uma dos interessados em ajudar financeiramente a família de Cerveró para tentar o seu silêncio. 
A denúncia de Lula foi mencionada em outro pedido em que Janot quer incluir novos políticos no maior inquérito da operação Lava Jato em andamento na Corte. O pedido engloba também o ex-presidente Lula, além de de outras 30 pessoas, entre elas deputados, lobistas, senadores e ex-ministros.
Esse inquérito, instaurado em março de 2015, apura denúncias de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e corrupção contra uma "organização criminosa" que atuava para desviar dinheiro da Petrobras.
Os novos nomes incluídos ontem no inquérito foram citados pelo senador Delcídio do Amaral em delação premiada. Se o ministro Teoria Zavascki aprovar o pedido, o inquérito passa a investigar 69 pessoas. 
O terceiro procedimento em que Lula é citado envolve suspeita de suposta obstrução à Justiça, em tentativa de atrapalhar as investigações da operação Lava Jato. O PGR solicitou ao STF autorização para investigar a presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula e o atual Advogado-Geral da União, José Eduardo Cardozo. 
O pedido de investigação está oculto no sistema do Supremo e será analisado pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF.
No motivo para abertura do inquérito, Janot menciona a nomeação do ex-presidente Lula para ministro da Casa Civil e a  nomeação do ministro Marcelo Navarro para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) no ano passado. 
Sobre a nomeação de Lula, o PGR cita interceptações telefônicas autorizadas pelo juiz Sergio Moro em que Dilma dizia que estava mandando o termo de posse de Lula como ministro da Casa Civil para que ele usasse “em caso de necessidade”.
A manobra, segundo as investigações, foi uma tentativa de dar foro privilegiado a Lula e retirar as investigações das mãos de Moro.
Já em relação a nomeação do ministro Navarro ao STF, o senador Delcídio do Amaral e o seu ex-chefe de gabinete Diogo Ferreira  apontaram, em delação premiada, que uma das formas de tentar controlar a operação foi a nomeação de Navarro como ministro do STJ.
Os dois afirmaram que Navarro foi nomeado para o STJ sob o compromisso de conceder liberdade a donos de empreiteiras presos na operação Lava Jato pois ele estaria na vaga detentora de prevenção para julgamento de todos os habeas corpus e recursos da operação no STJ. Navarro nega. 
Por último, Lula é investigado em relação às obras no sítio em Atibaia e no tríplex no Guarujá, imóveis que seriam usados pelo ex-presidente. As obras teriam sido feitas em favor da família do petista por contrutoras investigadas na Lava Jato. 
O juiz Sergio Moro encaminhou o processo ao STF após pedido do ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato na Corte. 
Dilma Rousseff
O primeiro pedido para investigar a presidente Dilma Rousseff chegou ontem no STF. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu autorização ao ministro Teori Zavascki  para abrir um inquérito para investigar a presidente, junto com Lula e o ministro José Eduardo Cardozo por suposta obstrução à Justiça para atrapalhar as investigações da operação Lava Jato. Detalhes sobre esse inquérito já foram citados acima.
Além disso, nesta quinta-feira (4/5), o ministro Teori Zavascki seguiu parecer de Janot para não abrir investigação sobre a presidente Dilma Rousseff relacionada à compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, pela Petrobras.
O PGR considerou não ser possível investigar a presidente por atos estranhos ao exercício da função dela durante a vigência do mandato na Presidência da República. Na época da compra, Dilma era presidente do Conselho de Administração da Petrobras.

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JOTA

Ao todo, são uma denúncia, dois inquéritos e um procedimento que chegou na Corte pela Justiça do Paraná

Lula é citado em quatro procedimentos que correm no STF

Ao todo, são uma denúncia, dois inquéritos e um procedimento que chegou na Corte pela Justiça do Paraná