Márcio Falcão

Luiz Orlando Carneiro

Apontado pela Procuradoria Geral da República homem de confiança do presidente Michel Temer e flagrado recebendo mala com R$ 500 mil da JBS, o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures relatou ao Supremo Tribunal Federal que corre risco de vida e conseguiu transferência do presídio em Brasília de volta para a carceragem da Polícia Federal.
A defesa argumentou que as ameaças começaram após especulação na mídia de que ele poderia fechar uma delação premiada. Os advogados afirmaram, inclusive, que no dia 8 de junho o pai do peemedebista teria recebido uma ligação telefônica de um conhecido da família que lhe avisou estar o requerente correndo risco de vida caso não concordasse com a delação premiada.
Os advogados disseram ainda que "não seria de se ignorar que o interior de prisões é local “propício para se encaminhar ‘um matador’, um executor de sua execução” e que ainda lança dúvidas sobre o empresário Joesley Batista, o colaborador, que "comprou" meio mundo e que pode mandar infiltrar alguém no sistema penitenciário nacional”, além do que, “setores da oposição podem lançar mão de expediente semelhante”.
Relator da delação da JBS e do inquérito que investiga Rocha Loures e Michel Temer, o ministro Edson Fachin disse que "os fatos narrados, ainda que não estejam desde logo embasados em elementos probatórios que lhes deem suporte, são graves o suficiente" ensejando apuração do Ministério Público Federal.
"Até ulterior deliberação, determino a remoção do custodiado Rodrigo dos Santos da Rocha Loures para a carceragem da Polícia Federal, a quem incumbo as cautelas necessárias à preservação da integridade física do requerente."
O ministro não atendeu ao pedido feito pelos advogados que tentavam transferir Rocha Loures para prisão domiciliar , além de requerer  que fosse designada equipe da Polícia Federal, armada, para fazer sua segurança e de sua família.
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A relação de Rocha Loures com Temer vai ser explorada pela Procuradoria Geral da República na denúncia que está sendo preparada contra os dois no inquérito da JBS e deve ser formalizada ao STF nos próximos dias.
A base da acusação deve ser que o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) é homem de confiança de Temer e aceitou e recebeu com “naturalidade” em nome do peemedebista a oferta de propina  – 5% sobre o benefício econômico a ser auferido – feita pelo empresário Joesley Batista, em troca de interceder a favor do Grupo J&amp;F, mais especificamente em favor da EPE Cuiabá, em processo administrativo que tramita no Conselho Administrativo de Defesa Econômica.
Loures está preso desde o dia 3 de junho por determinação de Fachin sob argumento de que poderia atrapalhar as investigações. O ex-deputado e ex-assessor de Temer ficou em silêncio durante depoimento à PF. Os policiais suspeitam de que ele guardou a mala da propina na casa dos pais. Temer também não quis responder, por escrito, 82 perguntas formuladas pela PF.

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JOTA

Edson Fachin autorizou transferência de ex-assessor de Temer de presídio de volta para PF

Homem da mala, Rocha Loures diz que corre risco de vida

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