Felipe Recondo

O protocolar pedido de informações assinado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, e endereçado ao juiz federal Sérgio Moro, responsável pela condução dos processos referentes à Lava Jato, guardava um detalhe burocrático, mas relevante. Especialmente para o autor do processo, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
Lewandowski encaminhou pelos Correios o pedido de informações a Moro referentes à Reclamação 21.419, protocolada na segunda-feira (21/07) por Cunha. A defesa do presidente da Câmara alega que a opção pelos Correios atrasará o processo.
Tudo indica que o recesso de julho terá acabado antes de a mensagem chegar a Curitiba e ser respondida pelo juiz federal, que tem prazo de cinco dias.
Enquanto isso, o depoimento do executivo da Toyo-Setal, Júlio Camargo, que acusou Cunha de receber US$ 5 milhões de propina, permanece aos cuidados de Moro.
“O prazo das informações é longo. Pedimos que ele abreviasse esse prazo”, explicou Antonio Fernando de Souza, um dos advogados de Cunha. Ele afirmou que a defesa pediu apenas que Moro fosse notificado pelos meios digitais, de forma a agilizar o processo.
Na reclamação movida por Eduardo Cunha, a defesa alega que o juiz Sérgio Moro usurpou as competências do STF ao ouvir o depoimento de Júlio Camargo com acusações contra o presidente da Câmara, que só pode ser investigada pelo Supremo. Por isso, a defesa pede que seja trancada a ação penal e que seja anulado o depoimento de Júlio Camargo.
Nesta terça-feira, o presidente do STF pediu informações sobre o caso ao juiz Sérgio Moro. Se as informações não chegarem até o fim do recesso, como argumenta a defesa de Cunha, o pedido será decidido pelo relator dos processos referentes à Lava Jato, ministro Teori Zavascki.

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JOTA

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