Felipe Recondo

Operação Lava Jato, prisão do senador Delcídio do Amaral, pedido de afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, impeachment da presidente Dilma Rousseff, suspeitas de atuação política e ameaça de que não fosse reconduzido ao cargo. Apesar de ter enfrentado esses acontecimentos em 2015, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que o ano não foi difícil.
“Foi um ano que pudemos tirar vários exemplos, foi um ano em que a democracia mostrou que está madura. 2015 foi ano em que as instituições brasileiras foram chamadas a dizer por que aqui estavam”, afirmou o procurador ao final da sessão do Supremo Tribunal Federal desta sexta-feira, que encerrou os trabalhos na Corte.
As instituições, avaliou Janot, atuaram de “forma objetiva, precisa, eficiente, equilibrada e ponderada”. “Esse é o grande exemplo, como chefe do Ministério Público brasileiro, que tiro deste ano. Ano ímpar, mas rico em que dele podemos muito aprender”, afirmou.
O procurador lembrou o editorial do jornal Financial Times, que comparou o Brasil com o México no combate à corrupção. A publicação, lembrou o procurador, reconheceu “unanimemente o profissionalismo a independência e equilíbrio do sistema de justiça brasileiro como todo”.
“No começo deste editorial existem dois navios. Cada navio com uma bandeira, brasileira e desse outro país (México) (...) No navio desse pais em que se comparava, tinha ali fotografias de milícias, grupos armados, organizações criminosas e no brasileiro em meio a cidade existia ali a estátua da justiça”, lembrou. “A imagem é forte demais. a imagem fala por si. E é assim que o sistema de justiça é visto de fora. Tem que ser um alento para todos nós que enfrentamos os desafios ricos de 2015”, concluiu.
Durante o ano, Janot enfrentou acusações de estar sendo partidário no comando das investigações da Lava Jato, protegendo aliados do governo e atacando adversários, como o presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
Também enfrentou um dos mais difíceis processos de recondução para o cargo. Ele foi o nome mais votado na eleição interna da Procuradoria Geral da República. Foi indicado pela presidente Dilma Rousseff, mas enfrentou resistência no Congresso Nacional. Acabou sendo aprovado para mais dois anos de mandato.
Em 2016, quando os ministros do Supremo retornarem do recesso, será julgado o pedido feito por Janot para o afastamento do presidente da Câmara do cargo e do mandato de deputado federal. Será algo inédito e que colocará o procurador-geral da República novamente como alvo do deputado Eduardo Cunha e de integrantes do PMDB.

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JOTA

Sistema de justiça atuou de “forma objetiva, precisa, eficiente, equilibrada e ponderada”

2015 mostrou que democracia está madura, diz Janot

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