Governo estadual

Governo de São Paulo: Tarcísio e Haddad disputarão segundo turno

Bolsonarista e petista se enfrentam em 30 de outubro na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes

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Fernando Haddad (PT) e Tarcísio de Freitas (Republicanos) - Crédito: Rovena Rosa e Marcelo Camargo/Agência Brasil

Os candidatos Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Fernando Haddad (PT) disputarão o segundo turno para o governo de São Paulo em 30 de outubro. O resultado foi confirmado perto das 20h30 deste domingo (2/10). O JOTA acompanha ao vivo a cobertura das eleições.

Tarcísio marca 42,59% e Haddad, 35,46%. O atual governador, Rodrigo Garcia (PSDB), tem 18,40%. Até o momento foram apuradas 92,61% das urnas. Na véspera das eleições, o Datafolha projetava 41% dos votos válidos para Haddad, 31% para Tarcísio e 22% para Rodrigo Garcia.

Trata-se de uma derrota para o PSDB, partido que governa São Paulo desde 1994.

Com isso, também ficam de fora da disputa os candidatos Altino (PSTU), Antonio Jorge (DC), Carol Vigliar (UP), Edson Dorta (PCO), Elvis Cezar (PDT), Gabriel Colombo (PCB), Rodrigo Garcia (PSDB) e Vinicius Poit (Novo).

Quem é Tarcísio de Freitas

Apadrinhado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) abraçou um desafio grande para quem disputa pela primeira vez uma eleição: eleger-se governador de São Paulo. Para convencer o eleitorado do estado mais rico do país – e comandado pelo PSDB há 28 anos –, ele pretende se apresentar como um homem pragmático, bom gestor e realizador de obras.

Nos últimos três anos e meio, Tarcísio de Freitas foi de técnico desconhecido do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) a um dos ministros mais populares do governo de Jair Bolsonaro. Militar da reserva formado pelo IME e mestre em Engenharia de Transportes pela mesma escola, o engenheiro chegou ao Ministério da Infraestrutura como um nome técnico e aprendeu rápido a fazer política.

Na pasta, optou pela continuidade de projetos e obras iniciados nos governos anteriores porque sabia que grandes obras de infraestrutura costumam demorar mais do que um mandato para ficarem prontas. A estratégia gerou ao ministro a fama de concluir projetos inacabados. E ele soube trabalhar bem essa narrativa.

Acabou ganhando dos seguidores do presidente o apelido de “Tarcisão do Asfalto”. Já críticos o chamam jocosamente de “Odorico Paraguaçu”, em referência ao personagem fictício de um prefeito populista. “É dor de cotovelo da oposição”, disse, ao ser questionado pelo JOTA. “Tenho um estoque de realizações para mostrar”.

Quem é Haddad

Líder nas pesquisas eleitorais para o governo de São Paulo, o petista Fernando Haddad trabalha para furar a bolha progressista e conquistar especialmente o eleitorado mais conservador das cidades do interior.

Se um dia já foi apelidado dentro do próprio partido como “o mais tucano entre os petistas” pelo seu perfil intelectualizado, hoje Haddad conta justamente com o apoio do ex-governador e ex-tucano Geraldo Alckmin (PSB), em quem vem colando sua imagem para tentar atrair conservadores mais moderados que rechaçam Bolsonaro.

Esta é a quarta vez que Haddad disputa uma eleição. Depois de ser eleito prefeito de São Paulo em 2012, o petista não conseguiu se reeleger e perdeu para João Doria (PSDB). Também não teve êxito em derrotar Bolsonaro na disputa ao Planalto em 2018, quando substituiu o ex-presidente Lula, na época inelegível, já na metade da campanha.

Mesmo assim, Haddad manteve o recall da disputa e consolidou-se como uma importante liderança nacional, além de nome de confiança de Lula. Foi o ex-presidente, aliás, o responsável pelas suas candidaturas.

Meses antes das eleições de 2012, num restaurante às margens do Lago Paranoá, em Brasília, políticos do PT ligados a Lula perguntaram a Haddad se ele toparia disputar o maior colégio eleitoral do país. “O chefe mandou construir a sua candidatura”, ouviu, pouco antes de dar sua resposta positiva.