Nas eleições de 2018, o então estreante em uma disputa presidencial Jair Bolsonaro (PL) dominou as buscas no Google em relação a outros candidatos. Em 2022, a situação mudou e ele passou a dividir o interesse com Lula (PT).
“Bolsonaro dominou o interesse em buscas no Google durante todo o tempo na campanha de 2018. Agora, isso está muito mais parelho. Ele é um candidato muito digitalizado, mas a dominância que ele tem nessa frente vem diminuindo”, apontou Marco Túlio Pires, coordenador do Google News Lab.
Ele comentou o interesse dos eleitores na véspera das eleições em entrevista ao GPS Eleitoral, programa ao vivo do JOTA em parceria com o site Inteligência Financeira para comentar o segundo turno das eleições.
Neste sábado (29/10), alguns dos assuntos políticos mais buscados giram em torno do último debate presidencial, como o aumento do salário mínimo. Também é buscado o episódio envolvendo a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) que apontou uma arma para um homem negro em São Paulo. Ela afirma ter atirado para o alto enquanto corria atrás do homem.
Picos em buscas não são equiparáveis a pesquisas de intenção de voto, mas podem indicar o aumento do interesse dos eleitores por certos temas e candidatos. Em 2018, às vésperas das eleições para o governo do Rio de Janeiro, houve um aumento expressivo de buscas por Wilson Witzel, que acabou eleito, após ter iniciado a corrida longe da posição de favorito.
Nestas eleições, as buscas ajudaram a refletir a ida do candidato Capitão Contar (MS) para o segundo turno do embate pelo governo de Mato Grosso do Sul. “Durante um debate, Bolsonaro surpreendeu e pediu votos para ele, que não era o seu candidato no estado; as buscas explodiram e, na votação, Contar saltou da quinta posição para ter uma vaga no segundo turno”, apontou Iago Bolívar, consultor digital do JOTA.