Ivã Molina

Atualmente, a <a href="http://jota.info/saude">saúde suplementar</a> enfrenta enormes desafios. São pressões econômicas quase insuportáveis, judicialização em alta e um modelo incapaz de criar novas alternativas de acesso, entre diversas outras dificuldades que parecem sem solução. Um cenário complexo, enfim, formado por problemas estruturais que foram se agravando com o tempo e agora são praticamente impossíveis de serem resolvidos em curto e médio prazos.
Esse diagnóstico preocupante não diz respeito somente aos beneficiários de planos de saúde, hoje mais de 50 milhões em todo o país ou 25% da população. O eventual colapso dessa rede complementar representa uma ameaça perturbadora para todo o sistema de saúde, sobretudo para o já sobrecarregado SUS e responsável pelo atendimento aos outros 75% dos brasileiros.
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Está claro que a falência da assistência suplementar tem o potencial de gerar uma desorganização fatal na rede pública, por isso, evitar esse risco é do interesse de toda a sociedade. Nesse sentido, as operadoras filantrópicas de planos de saúde são uma fração promissora do mercado e indicam um modelo mais sustentável e adaptado aos atuais desafios da saúde. Tanto que, de 2011 a 2023, a modalidade cresceu mais de 260% em número de beneficiários, passando de 24 mil para quase 90 mil.
De início, podemos destacar o fato de que as operadoras filantrópicas são vinculadas às Santas Casas e hospitais beneficentes, um universo de quase 2.000 unidades espalhadas por todo o território nacional. A capilaridade dessa rede é incomparável, tanto que em centenas de pequenos municípios representa a única alternativa de atendimento médico da população.
Por isso, os planos filantrópicos são uma excelente alternativa para aumentar o acesso à saúde suplementar por meio de produtos regionais mais baratos que chegam às populações de locais remotos e menos desenvolvidos. Ao mesmo tempo, considerando uma eventual formação de rede integrada e verticalizada, eles têm potencial para estruturar um serviço de abrangência nacional de excelência – com alguns dos principais centros de referência do Brasil como credenciados – em um modelo de negócio baseado em hospitais próprios, que permite controle eficiente de custos e da qualidade e não visa lucro.
Aliás, ao operar sem fins lucrativos, as instituições filantrópicas podem reinvestir todos os recursos na melhoria dos serviços e na expansão da cobertura. Essa realidade também permite mais atenção para a inovação e pesquisa, aproveitando também a proximidade com universidades e outros centros de ensino, para desenvolver conhecimento científico e boas práticas que serão compartilhados com todo o sistema de saúde.
As operadoras filantrópicas ainda nasceram dentro de uma cultura organizacional reconhecidamente humanizada e faz parte da sua natureza priorizar o bem-estar dos clientes. O atendimento personalizado, a valorização da relação médico-paciente e a atenção às necessidades individuais são aspectos marcantes da sua operação, proporcionando uma experiência mais acolhedora aos beneficiários.
Diante dos enormes desafios que a saúde suplementar brasileira vai enfrentar nos próximos anos, as operadoras filantrópicas assumem um papel fundamental que vai além de ser mais uma alternativa assistencial. Definitivamente, o modelo tem potencial para ser uma das bases para a sustentabilidade do sistema e o acesso universal à saúde de qualidade. Por isso, deve ser valorizado e incentivado por toda a sociedade.

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JOTA

Planos filantrópicos são uma excelente alternativa para ampliar o acesso da população à saúde suplementar

Operadoras filantrópicas indicam caminho sustentável para a saúde suplementar

Planos filantrópicos são uma excelente alternativa para aumentar o acesso à saúde suplementar