Jessika Moreira

As <a href="https://www.jota.info/eleicoes">eleições municipais de 2024</a> já estão entre as maiores da história brasileira em número de eleitores, com crescimento de 5,4% em relação a 2020. E envolve outros números grandiosos como 457.348 candidatos e candidatas em todo o Brasil para 5.569 vagas ao Executivo e 58.473 ao Legislativo. 
Nesta conta estão, ainda, mais de 6,5 milhões de trabalhadores que atuam na administração pública municipal. Porém, sempre foram e continuam sendo invisibilizados no palco das eleições e das suas discussões.
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É importante lembrar que os prefeitos e prefeitas eleitos não governarão sozinhos para os 215 milhões de brasileiros. Mas com o apoio direto dessa população de <a href="https://www.jota.info/especiais/dia-do-servidor-publico-ebook-do-jota-sobre-questoes-de-interesse-do-funcionalismo-publico">gestores e servidores públicos</a>. Contingente este essencial para a entrega de serviços públicos direto aos cidadãos e cidadãs do nosso país. Mesmo assim, há total ausência de informação ou reflexão sobre a gestão dessas pessoas nos planos de governos, nos debates eleitorais, nas entrevistas de candidatos e candidatas.
É essencial que o pleito de 2024 inclua nas suas discussões a gestão estratégica dessas pessoas como ponto de partida para os mandatos que se iniciam em 2025, para gerir o montante de recursos à disposição dos municípios e as iniciativas que serão empreendidas: se queremos políticas públicas de qualidade para a população, precisamos de servidores bem-preparados, capacitados, diversos e engajados, em um manejo estratégico de políticas públicas de Gestão de Pessoas.
Na estrutura federativa brasileira, os municípios são responsáveis pela entrega de políticas públicas fundamentais. Para se ter uma ideia, saúde, educação e assistência social demandaram, em 2022, R$ 574,77 bilhões dos cofres municipais, o que corresponde a 55% de toda a despesa municipal, considerando, inclusive, o mais importante ativo da administração pública em fazer cumprir os serviços públicos de maneira efetiva: as pessoas servidoras públicas. 
São elas as responsáveis por cuidar da entrega de serviços diretos à população, com destaque às políticas sociais de atenção básica e os serviços públicos de interesse local. Na educação, a rede de ensino pública municipal possui 5,1 milhões de crianças matriculadas, segundo o Censo Escolar 2023, enquanto na saúde, 80% da população brasileira depende exclusivamente dos serviços públicos, cuja porta de entrada é o atendimento básico, por exemplo, nas Unidades Básicas de Saúde geridas pelas cidades. 
O Movimento Pessoas à Frente lançou o documento <a href="https://movimentopessoasafrente.org.br/wp-content/uploads/2024/06/gestao-de-pessoas-para-liderancas-municipais.pdf">Gestão de Pessoas para Lideranças Municipais: Guia de Recomendações e Boas Práticas</a>, com diretrizes baseadas em dados, evidências e boas práticas para os temas de gestão de lideranças, de carreiras, de desempenho e desenvolvimento, equidade étnico-racial, contratações temporárias, e transparência de dados. 
O objetivo é trazer ao debate este importante aspecto da administração pública, normalmente deixado de lado ou tratado de maneira pouco estratégica, resumindo a discussão aos gastos do poder público com pessoal.
É imprescindível que no debate público das eleições municipais as discussões sobre os temas que afligem a população passem pelo diálogo em torno da gestão de pessoas no serviço público. Afinal, um Estado melhor tem pessoas à frente, como indica a ciência e as melhores práticas mundo afora.

esplanada

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JOTA

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